Em Sete lagoas, Iveco se une à Caio e lança micro-ônibus acessível

Foto: Divulgação

A Iveco Bus lança mais uma opção de transporte de passageiros focada em acessibilidade, o novo micro-ônibus SoulClass, baseado no chassi 70C17 e desenvolvido em parceria com a Caio, responsável pela carroceria F2200i. O modelo vem equipado com o dispositivo de poltrona móvel (DPM) da marca Elevittá, que posiciona o assento preferencial para fora do veículo, facilitando o embarque e desembarque dos passageiros com mobilidade reduzida. É o mesmo dispositivo que equipa a Daily Elevittá, lançada em agosto do ano passado e que soma 50 unidades desde dezembro, quando começaram à rede começaram suas vendas.

O modelo, fabricado na unidade de Sete Lagoas (MG), é oferecido em duas opções, escolar e executiva, sendo esta última com capacidade para 24 passageiros. Traz o motor FPT Industrial F1C EGR, de 3 litros, injeção eletrônica tipo common-rail, 4 cilindros em linha e 16 válvulas que entrega 170 cv de potência e com tecnologia EGR, que não necessita do uso de Arla 32.

O veículo se enquadra nas novas regras da Portaria 269 do Inmetro que entrará em vigor em julho próximo e exige dos novos ônibus do segmento rodoviário equipamentos para embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida. Até 2020, todo tipo de veículo de transporte de passageiros terá de ser acessível, lembra o gerente de marketing de produto da Iveco Bus para a América Latina, Gustavo Serizawa.

“Resolvemos não esperar que seja lei para dar ao cliente mais esta solução”, afirma o executivo durante a apresentação do veículo na terça-feira, 18, em São Paulo. Ele admite que há empresários que não investem neste tipo de diferencial se não é obrigatório, mas ele garante que há quem se adiante à legislação. Além disso, a pesquisa de mercado realizada pela montadora revela o potencial deste nicho, que deve atender cerca de 40 milhões de pessoas no País com alguma limitação de mobilidade.

Serizawa identifica que há oportunidades de negócio em pequenos frotistas ou motoristas de van escolar cujo negócio amadurece e que naturalmente parte para o micro-ônibus como primeira opção. “Para este cliente, acostumado com uma van que tem mais características semelhantes a um automóvel, seria traumático para ele migrar diretamente para o ônibus tradicional”, comenta. “Também há o movimento contrário, de frotistas maiores que precisam reduzir o número de passageiros por causa da baixa demanda e migra para um veículo menor”, completa.

Para o diretor de negócios da Iveco Bus na América Latina, Humberto Spinetti, há uma expectativa positiva para o micro-ônibus acessível. “No Brasil, existe uma forte influência de compras governamentais, impulsionado pelo Caminho da Escola, além de nichos específicos, não só no mercado brasileiro, mas também na América Latina, com uma diversidade de aplicações e operações que podem ser contempladas com o SoulClass.”

O mercado de micro-ônibus encerrou 2016 com 1,2 mil unidades, tendo a Iveco Bus liderado com 48% de participação neste segmento. A empresa calcula que cerca de 8 mil unidades do micro-ônibus com chassi 70C17 estejam circulando pelo País atualmente e que metade atende ao Caminho da Escola. Com a sinalização de um novo lote para licitação do programa, a empresa vê indícios de que este será um ano melhor para o segmento de ônibus no geral. “A economia volta a dar sinais de melhora, com a prévia do PIB positivo. Esperamos que seja uma tendência e não um momento pontual, mas no geral, estamos otimistas”, declara Spinetti.

Embora tenha uma fatia importante do mercado de micros, ele reforça que a montadora está mais preocupada em entregar o que os clientes demandam. “As expectativas são sempre boas porque confiamos no diferencial do nosso produto. Mas não estamos preocupados com o market-share, mas com a saúde financeira e operacional dos clientes”, defende.

Apesar disso, a empresa ainda está em processo de cálculos comerciais com a rede de concessionárias a fim de definir os preços das duas versões do SoulClass.

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