Sete Lagoas têm aumento de 35,84% em roubos

Foto: Ilustrativa
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Apesar da queda dos índices de alguns crimes violentos, como homicídio e estupro, os roubos seguem desafiando a segurança pública em Minas Gerais, com aumento do número de ocorrências nos principais municípios. De acordo com números divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), no ano passado houve 113.500 assaltos em Minas, média de 310 por dia, um a cada cinco minutos, 22,15% a mais que 2014 (92.915 registros). A capital ajuda puxar os números, com média diária de 115 roubos em 2015, que somou 42.109 casos, 22,43% a mais que o ano retrasado, com 34.934 ocorrências.

Os furtos (quando não há emprego de violência) também tiveram alta em Minas no ano passado. Foram registrados 311.702 ocorrências, média de 853 por dia. Em 2014, foram 306.682, o que representa alta de 1,64%. A capital mineira seguiu a tendência. As forças de segurança registraram 62.841 casos, média de  sete furtos por hora. A alta foi de 0,45% em relação a 2014 (62.558 ocorrências).

O aumento no número de assaltos tem levado a mudanças de comportamento na capital, como o Estado de Minas tem demonstrado em reportagens ao longo do ano. Na Avenida Cristiano Machado, Nordeste de BH, por exemplo, comerciantes vêm dando preferência a pagamentos por meio de cartão de crédito ou débito e até depósitos bancários, para evitar movimentar dinheiro. Em outros pontos da cidade, grades são comuns nas portas de lojas e mercearias. O cliente faz o pedido sem entrar no local e os funcionários entregam o produto e recebem o dinheiro por aberturas nas ferragens.

No caso dos roubos, o maior índice de aumento em Minas Gerais ocorreu em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O município registrou 1.999 ocorrências em 2015, contra 1.192 do ano anterior, alta de 67,7%. Varginha, na Região Sul do Estado, teve 175 ocorrências no ano passado, contra 106 em 2014, aumento de 65%. Outro município da Grande BH, Santa Luzia, vem na sequência, com alta de 57,82% e registro de 1.534 roubos. A tendência de alta foi verificada também em cidades como Contagem (21,62%) e Betim (18,82%), ambas na Grande BH. Montes Claros (Norte) teve alta de 39,69%; Sete Lagoas (Central), de 35,84%.

Considerando a incidência de roubos por grupo de 100 mil habitantes, a maior taxa é de Contagem, com 1.941,72, seguida de Betim (1.448,09), Sete Lagoas (1.275,27), Nova Serrana (1.168,5), Uberaba (1.095,84), Divinópolis (868,97), Montes Claros (772,92), Santa Luzia (709,35), Neves (619,54), Uberlândia (522,12), Ipatinga (481,84), Governador Valadares (322,60), Juiz de Fora (294,62), Varginha (132,22) e Poços de Caldas (109,97).

Outros municípios tiveram queda no número de ocorrências em números absolutos. O maior recuo nos roubos ocorreu em Poços de Caldas, no Sul de Minas, que registrou 180 casos em 2015, contra 320 do ano anterior, queda de 43,75%. Uberlândia, no Triângulo Mineiro, teve queda de 11,75%. Já Nova Serrana, na Região Centro-Oeste, ficou praticamente estável, com diminuição de 1,59%.

EXTORSÃO Em relação aos crimes contra o patrimônio, os números caíram nos casos de extorsão mediante sequestro. Em 2015, foram 89 casos,  29 a menos do que 2014, redução de 24,58%. Em BH, a queda foi de 40,63%: 38 ocorrências contra 64 do período anterior.

Balanços divulgados pela Seds na quarta e quinta-feira apontaram quedas em relação aos crimes violentos contra pessoas. Nos casos de homicídios no estado, houve redução de 2,59%, com 4.177 assassinatos no ano passado contra 4.288 do ano anterior. Na capital, a queda foi de 22,91%, com 582 mortes em 2015 e 755 em 2014. Também foram constatadas quedas no estado e em BH em tentativas de homicídio, lesão corporal e estupro.

A Secretaria de Defesa Social foi procurada pelo EM, mas não se manifestou sobre os números de roubos. Em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais informou que houve repressão qualificada proporcional à ação dos criminosos. “Só Neste ano, a PM efetuou a prisão de mais de 62 mil pessoas e apreendeu mais de 4.500 armas de fogo”, diz o texto. De acordo com a corporação, 50,8% das prisões são relativas à prática do assalto. “Esses dados demonstram as ações do estado na repressão a crimes, especialmente roubos. É importante ressaltar que, das prisões citadas, mais de 60% são de reincidentes.”

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