Setelagoano se destaca no Atlético-PR, dono da melhor defesa da Série A

Foto: Site oficial do Atlético-PR/Divulgação
Zagueiro setelagoano Thiago Heleno (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Divulgação)

Adversário do Cruzeiro neste sábado, às 16h30, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético-PR é detentor da defesa menos vazada da competição ao lado do Santos. Em 32 jogos, foram 28 gols sofridos. Na Arena da Baixada, palco da partida, o Furacão só tomou seis tentos em 16 apresentações. Dois dos principais responsáveis por esses ótimos números têm nomes compostos e uma relação de altos e baixos com a Raposa no passado: Thiago Heleno e Paulo André.

Thiago Heleno, de 28 anos, é cria da categoria de base do Cruzeiro. Mineiro de Sete Lagoas, o jogador estreou pelo time principal aos 17 anos, no dia 8 de abril de 2006, em um amistoso entre o clube celeste, campeão estadual, e a seleção da competição. Ele entrou no lugar de Edu Dracena e participou da vitória cruzeirense por 1 a 0, gol do lateral-direito Luizinho.

Promissor, Thiago Heleno logo se tornou titular. No decorrer de sua trajetória na Toca da Raposa II, colecionou bons e maus momentos, além de comportamento extracampo complicado. Foram 151 jogos, seis gols marcados e três títulos mineiros (2006, 2008 e 2009). Em agosto de 2010, o defensor foi negociado com um grupo de empresários que o colocou no Corinthians. Posteriormente, Thiago atuou por Palmeiras, Criciúma, Figueirense e, por fim, Atlético-PR.

As lembranças sobre Paulo André são recentes. Contratado ao Shanghai Greenland, da China, em fevereiro de 2015, o já experiente defensor, à época com 32 anos, fez 31 jogos pelo Cruzeiro, mas não convenceu comissão técnica e diretoria para permanência em 2016. Neste ano, ele foi envolvido em troca por empréstimo por Douglas Coutinho, que recebeu poucas chances na Toca da Raposa II e acabou repassado ao Braga de Portugal.

Diferentemente de Coutinho no Cruzeiro, Paulo André se firmou na defesa rubro-negra. Em 2016, ele fez 43 jogos e marcou dois gols. Thiago Heleno não fica por baixo: são 46 presenças e quatro bolas na rede. Na temporada, os zagueiros formaram dupla em 31 oportunidades, com 15 vitórias, seis empates e 10 derrotas.

Levando em conta apenas o Brasileiro, Thiago Heleno e Paulo André disputaram juntos 16 jogos, com sete vitórias, dois empates e sete derrotas. O Atlético-PR sofreu 12 gols.

O jornalista Daniel Piva, repórter da Rádio Transamérica de Curitiba, afirmou que a mudança do esquema tático da equipe do técnico Paulo Autuori a partir da sétima rodada da Série A contribuiu para a evolução da dupla defensiva.

“Sem dúvida alguma o grande destaque do Atlético-PR neste Campeonato Brasileiro é o seu sistema defensivo. Os números, claro, acabam comprovando isso. É importante a gente pode destacar é que não é apenas a dupla Paulo André e Thiago Heleno. Para falar a verdade, no início da competição, essa dupla foi muito contestada, principalmente por aquela pífia estreia com derrota para o Palmeiras por 4 a 0, numa tarde desastrosa do sistema defensivo. Naquela época, o Atlético-PR adotava uma forma de jogo em que teria de ser o protagonista da partida, com as linhas muito altas, e nem Paulo André e Thiago Heleno possuem características de velocidade para acompanhar adversários rápidos. Quando enfrentavam atacantes como Gabriel Jesus (Palmeiras), Vitinho (Internacional), Sassá (Botafogo), entre outros, o time tinha dificuldades e acabava levando bola nas costas. A partir da sétima rodada, o técnico Paulo Autuori reformulou o time, que passou a jogar de forma compacta. As linhas ficaram muito próximas e praticamente coladas na linha da grande área do campo de defesa. Ou seja, o Atlético-PR passou a explorar o contra-ataque. Parou de ser protagonista e passou a ser reativo”.

Piva destacou que Thiago Heleno está em melhor fase técnica, mas que Paulo André exerce o papel de líder. Ele também ressaltou a boa participação do goleiro Weverton, campeão olímpico com a Seleção Brasileira.

“Thiago Heleno é, sem dúvidas, o grande nome. É apontado por muitos aqui em Curitiba como um dos melhores zagueiros do Campeonato Brasileiro. Embora seja um atleta que não tenha essa fama, está sim fazendo justiça à alcunha que vem carregando. É o general da defesa atleticana: joga sério, joga firme e dificilmente comete um erro. O Paulo André já é aquele cara da liderança, que se comunica muito em campo, é a voz do Autuori entre os jogadores. Isso, claro, sem falar no goleiro Weverton, que vive grande fase e faz boas defesas em todos os jogos. Os três são as grandes estrelas desse sistema defensivo”.

Números da dupla de zaga do Atlético-PR no Brasileiro
Fonte: Footstats

Thiago Heleno

Jogos: 28
Gols: 3
Passes certos: 1153 (1º no time)
Média: 41,1
Desarmes certos: 21 (7º no time)
Defesa/bloqueio: 16 (2º no time)
Rebatidas: 256 (1º no time)
Viradas de jogo: 18 (4º no time)
Lançamentos certos: 56 (2º no time)

Paulo André

Jogos: 20
Gols: 2
Passes certos: 802 (4º no time)
Média: 40,1
Desarmes certos: 20 (8º no time)
Defesa/bloqueio: 9 (5º no time)
Rebatidas: 162 (2º no time)
Viradas de jogo: (5º no time)
Lançamentos certos: 35 (3º no time)

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA