O serviço de Hemodiálise do HNSG é responsável pelo tratamento de 189 pacientes. Eles se dividem em seis grupos que dialisam às segundas, quartas e sextas-feiras e às terças, quintas e sábados pela manhã, tarde ou noite. Enquanto aguardam sua vez de entrar para o salão, onde recebem o tratamento, às vezes precisam aguardar o horário das sessões na recepção ou do lado de fora do prédio. E é justamente essa espera que se tornou mais agradável depois que um paciente teve a iniciativa de fazer a sua parte para melhorar o ambiente coletivo.
Um dos bancos de concreto que servia aos pacientes foi danificado, há alguns meses, por uma ambulância. Diante da situação, Leonardo Fernandes Moutinho decidiu se antecipar e buscar uma solução para o problema. Ele tem 39 anos e há um é paciente da Hemodiálise. Ele era funcionário da Universidade Federal de São João Del Rei e levava uma vida normal até que seus rins, repentinamente, pararam de funcionar. “Comecei a passar mal e sentir os sintomas da insuficiência renal crônica. Nunca tive nenhum problema renal na vida, mas fui obeso. Já cheguei a pesar 140 quilos. Segundo os médicos dizem, meus rins podem ter sido sobrecarregados por esse excesso de peso. De repente passei mal e precisei ir para a UTI”, conta o paciente que não vê a terapia renal substitutiva como um sofrimento.
“Reuni um grupo de amigos e, em menos de 20 minutos, conseguimos levantar os valores para adquirir não um, mas dois bancos novos para a entrada da Hemodiálise”, conta. A empresa, que vendeu os bancos de ardósia, também se solidarizou e fez um preço especial tendo em vista a causa defendida pelos amigos de Leonardo.
O grupo, que se movimenta no Facebook e no WhatsApp, tem ganhado novos adeptos a cada dia e está em vias de se transformar em uma ONG. “Estamos trabalhando a parte burocrática para registrar a ONG, que vai se chamar ‘Rins & Cia 7 Lagoas’”.
Leonardo acredita que o cidadão não deve cruzar os braços à espera de uma solução para todos os problemas da cidade. “A gente não pode ficar só esperando uma atitude do poder público ou de quem quer que seja. Estamos em crise e isso atinge todo mundo. Eu sempre tive a visão que a gente pode ajudar sim, independentemente das convicções políticas, religiosas ou quaisquer outras”. Esse, segundo ele, é o objetivo central da ONG: mobilizar a comunidade em prol de uma causa e mostrar às pessoas a importância do cuidado com os rins. “A gente está montando uma palestra e vai levar esse alerta para as empresas, para a sociedade em geral”, revela.
Como o dinheiro arrecadado na primeira campanha encabeçada pelo grupo foi suficiente para além do propósito inicial, Leonardo e seus amigos agora buscam recursos para completar uma segunda meta: a aquisição de 15 novos aparelhos de medir pressão para a Hemodiálise. “A gente deixa de fazer muita coisa porque fica esperando vir do governo e eu não acredito que tem que ser assim. Quando a gente arregaça as mangas e pega para fazer, todo mundo sai ganhando. De pouquinho em pouquinho vamos mudando a realidade”, finaliza Leonardo. Para saber como ajudar o grupo basta entrar em contato pelo telefone (31) 99535.6883 (WhatsApp).