Entidades se mobilizam para frear jogo suicida; BH registra primeira morte

Foto: Divulgação/Agencia Minas
Além de levar temor a parte da população, mortes de adolescentes relacionadas ao jogo da Baleia Azul têm gerado reações em diversas entidades e preocupado integrantes da Comissão de Crimes Eletrônicos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). No último sábado (15), a Polícia Militar (PM) registrou o primeiro caso de suicídio associado ao desafio em Belo Horizonte. Dois dias antes, um jovem de 19 anos se matou em Pará de Minas, na região Central do Estado. Pelo menos outras três ocorrências semelhantes já foram relatadas às autoridades mineiras – em todas elas, adultos procuraram ajuda ao descobrir a proposta suicida.
 
Até mesmo a Secretaria Estadual de Educação (SEE) se mobiliza para tentar frear as consequências do jogo em Minas. Segundo o órgão, gestores e educadores da rede pública de educação vão receber orientação para reforçar ações pedagógicas de conscientização. A iniciativa tem como alvo os estudantes e suas famílias. Temas como convivência no ambiente escolar, bullying e uso seguro da internet devem estar em pauta.
A SEE explicou que ainda recomenda que pais e responsáveis fiquem atentos ao comportamento dos filhos e busquem ajuda profissional e de instituições públicas como os Centros de Referência de Assistência Social e os conselhos tutelares sempre que possível.
 
A Secretaria Municipal de Educação também informou que vai propor ações de formação para orientar diretores e coordenadores pedagógicos. O objetivo das atividades é, segundo o órgão, “identificar situações que sugiram ou caracterizem comportamentos de autoflagelação que eventualmente ocorram com os alunos da rede para que se tomem as medidas necessárias para protegê-los”.
OAB-MG
Para o presidente da Comissão de Crimes Eletrônicos da OAB-MG, Luis Felipe Silva Freire, a prevenção é muito importante para que as pessoas consigam ajuda e não se matem. No entanto, segundo ele, também é necessário acabar com a falsa sensação de que a internet é uma terra sem-lei e de que os crimes não são punidos no ambiente virtual. Segundo o advogado, deve haver uma investigação rigorosa dos casos para identificar e punir os responsáveis pelo jogo.
“A internet não é uma terra sem-lei, é preciso acabar com essa falsa sensação de que se pode tudo. É possível identificar e punir porque as leis também são aplicáveis no ambiente virtual”, diz. “Além de incentivar o suicídio, os envolvidos no jogo podem ser punidos por crimes como ameaça e associação criminosa”, explica Freire. “Somente pelo artigo 122 (incentivo ao suicídio), a pena pode ser dobrada e chegar a 12 anos de prisão se a vítima for menor de idade”, conta.
O advogado pondera que, em um primeiro momento, as plataformas onde o jogo é desenvolvido devem ser investigadas com rigor. Ou seja, o Facebook e outros sistemas de troca de mensagens. Segundo ele, a OAB está disponível para auxiliar as apurações da Polícia Civil. “Não há necessidade de se ter uma liminar para que o Facebook ou outra rede seja retirada do ar. As autoridades e o Ministério Público podem pedir a quebra de sigilo desses grupos onde ocorrem trocas de mensagens do jogo e até antes disso buscar um diálogo para cooperação”, explica
O especialista em crimes eletrônicos ainda sugere que campanhas de conscientização sejam realizadas em escolas e em locais voltados para o público alvo do jogo. “A comissão sugere ações direcionadas para os adolescentes. Devemos evitar a disseminação do jogo”, finaliza.
Centro de Valorização da Vida
O Centro de Valorização da Vida (CVV), do Governo Federal, recomenda que pessoas em situações de vulnerabilidade e que possam se matar sejam orientadas a buscar ajuda. Por meio do CVV, voluntários ficam disponíveis 24h para atender a ligações e conversar com quem os procura. É importante saber que eles são capacitados para ter uma escuta respeitosa e para ajudar a quem pensa ou costuma pensar em tirar a própria vida. O número é o 188.

Facebook

Muita gente não sabe, mas o Facebook conta com uma ferramenta que busca prevenir casos de suicídio. Além das publicações costumeiras, a rede social ativou o recurso também para as transmissões ao vivo. Se você perceber que algum amigo não está passando por um bom momento, você pode denunciar o conteúdo postado por ele e, entre as opções, uma tela com contatos, dicas e recomendações para ajudá-lo vai se abrir.
Veja o vídeo e entenda:

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