Loja de fisiculturista é arrombada na hora que o corpo era velado

Dupla invadiu o estabelecimento, em Contagem, e levou vários objetos

Foto: Facebook da vitima

Enquanto a família velava o corpo do fisiculturista e estudante de educação física Allan Guimarães Pontello, 25, em Sete Lagoas, na região Central de Minas, a loja de suplementos dele era arrombada às 10h de ontem em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Pontello morreu na madrugada anteontem, após uma confusão com seguranças da boate Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, na região do Barreiro, na capital. O episódio está envolto a um mistério que começa a ser apurado hoje pela Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte. O corpo foi sepultado na tarde de ontem, em Sete Lagoas.

Testemunhas disseram à Polícia Militar (PM) que presenciaram dois homens chegando em um Gol vinho à loja da vítima, que fica no andar de baixo da casa onde ele morava com o pai, no bairro Água Branca. Os ladrões estacionaram o veículo de ré, arrombaram a porta de aço e furtaram eletroeletrônicos, como o notebook, computador e aparelho de TV, roupas e suplementos alimentares. Ao perceber que estavam sendo observados por pessoas na rua, a dupla fugiu no carro em alta velocidade. O arrombamento será apurado pela 2ª Delegacia de Contagem. Imagens de uma câmera de segurança podem ter registrado a ação.

Um primo da vítima suspeita que os ladrões conheciam Pontello, pois já foram direto aos objetos de valor e não desarrumaram a loja. “Não deixa de ser muito estranho esse arrombamento. Pode ter relação com a morte do meu filho”, suspeita a mãe do estudante, a auxiliar de serviços Leandra Guimarães, 46, que mora em Sete Lagoas.

Desabafo. O pai do estudante, o técnico em eletrônico Dênio Luiz Pontello, 47, disse não ter dúvida de que o filho foi assassinado, enquanto seguranças da casa sustentam a versão de que o rapaz ficou exaltado ao ser flagrado com drogas e teve um ataque cardíaco.

O pai disse ter observado bem o corpo ao recebê-lo do Instituto Médico-Legal (IML). Ele percebeu afundamento na parte de trás do crânio, o nariz e dois dentes quebrados, além de hematomas nos olhos e machucados no peito. “A funerária demorou a preparar o corpo para sepultamento porque estava muito ‘estourado’”, contou o pai, que fez um desabafo emocionante no velório. “A dor que estou sentido não desejo para ninguém. Isso não pode ficar impune. Eu preciso que a Justiça humana seja feita”, disse.

A Polícia Civil informou que a necropsia não foi capaz de apontar a causa da morte do estudante, que será conhecida somente após a conclusão do laudo, que tem prazo de até 30 dias para ficar pronto. Exames complementares de sangue e urina serão feitos para saber se a vítima consumiu alguma substância tóxica.

 

Pai denuncia sumiço de relógio de ouro

O pai do estudante denuncia que o relógio de pulso em ouro do filho, avaliado em R$ 8.000, desapareceu na confusão na boate. Ele disse suspeitar que os envolvidos são policiais militares que faziam “bico” como segurança na boate, mas não quis passar outros detalhes por orientação do advogado.

Os seguranças entregaram à Polícia Militar 68 comprimidos de ecstasy e dois papelotes de cocaína que, segundo eles, estariam com Allan Pontello. O pai nega que o filho fosse envolvido com drogas e acredita ser algo “plantado”. “A PM deu buscas nos bolsos da roupa do meu filho e no carro e não acharam nada”, afirmou.

A PM informou que todos os procedimentos relativos ao fato foram tomados e que caberá à Polícia Civil esclarecer os fatos e identificar a autoria e motivação dos crimes. A boate informou que a segurança é terceirizada e a empresa contratada é certificada pela Polícia Federal. “Se são militares, isso será apurado”, disse a assessoria de imprensa. (PF)

Boate

Nota. A Hangar 677, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que vai esperar a conclusão do laudo de necropsia para se manifestar sobre a denúncia de agressão.

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