‘Seguranças precisam dar segurança’, diz pai de fisiculturista em depoimento

Foto: Reprodução do Facebook.

O pai do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, 25, prestou depoimento na tarde desta terça-feira (12) sobre a morte de seu filho. O técnico em eletrônica, Dênio Luiz Pontelo, 47, informou ao delegado sobre os hábitos do jovem. “Expliquei para o delegado que é um menino que estuda e trabalha. E faz também parte como modelo”, contou. O delegado não repassou para o familiar informações sobre o andamento das investigações.

Para o pai, o filho foi espancado por seguranças da boate Hangar 677. “Eu sei que meu filho foi torturado, que não foi overdose como eles estão dizendo”, completou. O investigador informou para o técnico em informática que o laudo demora uma média de 40 duas para ficar pronto. “Tem que aguardar para sair um laudo certo para ninguém ser condenado injustamente”, considerou.

O pai aproveitou a oportunidade para fazer um apelo para os políticos do país. Ele considera que as leis que regulamentam a profissão de segurança de boate deveriam ser mais rígidas. “Os seguranças precisam dar é segurança”, finalizou.

Outdoors foram colocados pela família em três pontos de Contagem:em frente ao Itaú shopping, Big Shopping e Fórum de Contagem, na região metropolitana da capital, pedindo justiça. Outros três outdoors devem ser instalados ainda nesta terça em Belo Horizonte.

Entenda o caso
A morte de Allan ocorreu na madrugada do último dia 2 de setembro e as circunstâncias para a morte ainda permanecem obscuras. Há duas versões para o caso. Os organizadores do evento alegam que Allan Guimarães Pontelo foi encontrado com drogas e que, ao ser abordado pelos seguranças, ficou exaltado, e teve um ataque cardíaco. Já um dos amigos da vítima alegou que os funcionários da boate forçaram a saída dele do local. A vítima, que era fisiculturista, estava com vários hematomas pelo corpo.

Por volta das 2h50 da madrugada, os organizadores da festa ligaram para a polícia informando a morte do rapaz. Segundo o tenente Jerry Adriano Martins de Abreu, ao chegar na boate, na data do crime, eles contaram que Pontelo foi abordado pelos seguranças com ecstasy e papelotes de substância semelhante à cocaína. Ele teria tido um mal súbito e morreu.

Ainda conforme o militar, um amigo da vítima afirmou que logo após Pontelo ter sido abordado no banheiro, os seguranças o levaram para um local isolado. O amigo disse que não conseguiu ver o que aconteceu com Pontelo depois. Ao procurar o amigo, ele o encontrou recebendo massagem cardíaca e ao se aproximar, ele já estava morto.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a perícia foram até a boate. Pontelo apresentava vários arranhões pelo corpo e lesões nos dedos dos pés. A corrente que ele estava no pescoço apresentava marcas de sangue e a blusa dele estava rasgada. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) da capital. No carro da vítima, um HB20 F, foram achados apenas um pote de whey protein e de glutamina. Já os vigias afirmam ter encontrado no bolso do rapaz 68 comprimidos de ecstacy e dois papelotes de cocaína.

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