Além dos três meninos e uma menina que haviam falecido ainda no local, não resistiram às queimaduras Renan Nicolas dos Santos Silva, de 6 anos, que estava com 90% do corpo queimado, e Cecília Davina Gonçalves Dias, de 4 anos, que teve 80% do corpo atingido pelas chamas. Eles morreram a caminho de Belo Horizonte, quando eram transferidos de helicóptero para o Hospital de Pronto-socorro XXIII. A professora Helley Abreu Batista, de 43, também morreu nesta noite.
A tragédia resultou ainda na morte Luiz David Ferreira, Ana Clara Ferreira da Silva, Ruan Miguel Santos Silva, Juan Pablo Cruz dos Santos, todos de quatro anos. O autor do crime Damião Soares dos Santos, de 50, faleceu no Hospital Regional de Janaúba. O ataque aconteceu na manhã desta quinta-feira.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Janaúba, Damião chegou à creche com uma mochila rosa nas costas. Ao tocar a campainha, funcionários teriam achado estranho a presença do vigia fora do horário de trabalho, mas ele teria dito que iria entregar um atestado médico à direção da unidade.
Ainda segundo a assessoria, Damião levava na bolsa um líquido inflamável, possivelmente álcool ou gasolina, que usou para atear fogo no próprio corpo. Funcionários informaram ainda que ele abraçou crianças que também começaram a ter os corpos incendiados. A sala onde os alunos estavam tem grades na janela e teto de PVC, uma espécie de material plástico, também inflamável.
Crime premeditado
Os primeiros levantamentos da Polícia Civil para tentar desvendar o ataque contra a creche Gente Inocente, em Janaúba, na Região Norte de Minas Gerais, nesta quinta-feira, mostram que o crime foi premeditado. Galões de combustíveis foram encontrados na casa do vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos. Segundo a corporação, era portador de doenças mentais e obcecado por crianças. Ele também pode ter escolhido a data, pois o pai do funcionário morreu exatamente há três anos. Por isso, avisou aos familiares que ”daria um presenta a todos, se matando em breve”.