Fisiculturista Allan Pontelo morreu estrangulado no Hangar 677, diz O Tempo

Advogado que representa empresa de segurança confirmou que há prisões nesta terça-feira. Quatro são investigados pela suspeita de envolvimento na morte de Allan Pontelo.

O fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, 25, morto no último dia 2 de setembro, no Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, região Oeste de Belo Horizonte foi estrangulado, segundo informações extraoficiais obtidas pela reportagem do jornal O Tempo nesta terça-feira (24). A reportagem obteve informações do laudo da necrópsia realizado no fisiculturista.

Mais cedo o advogado de defesa dos seguranças de uma empresa contratada pela boate Hangar 677 disse ter tido acesso também ao lado da necropsia e ele já tinha dito que Pontelo sofreu uma lesão no pescoço, porém ele não quis revelar qual foi a causa da morte, que só poderá ser divulgada pelo delegado responsável pela investigação.  Até agora três pessoas foram presas pela Polícia Civil (PC), sendo dois deles clientes do advogado.

“Não teve fratura nenhuma no pescoço, houve uma lesão sim, mas a cervical não foi rompida. Na semana passada eu tive acesso à necrópsia e já havia conversado com a autoridade policial, e ele disse que teria condições para pedir a prisão. Com isso eu avisei meus clientes para ficarem ocultos, pois queria conhecer o teor do eventual decreto, mas somente um deles fez isso, e, então, dois deles foram presos hoje”, explicou o advogado.

 

Prisões

Nesta terça foram presos durante operação realizada nesta manhã, Delmir de Araújo Dutra, que é o coordenador de segurança da empresa contratada pelo Hangar, Carlos Felipe Soares, que seria o responsável pela imobilização da vítima, e Paulo Henrique Pardin de Oliveira, que não teve o envolvimento na morte confirmado até o momento.

Ércio Quaresma chegou a dizer que orientou os clientes a “sumirem” pois sabia que eles teriam a prisão decretada “injustamente”. “Dos três que eu represento, só um deles aceitou se ocultar para depois se apresentar”, afirmou o advogado.

Por nota, a assessoria de imprensa da PC confirmou que foi deflagrada uma operação referente ao Inquérito Policial que investiga a morte do fisiculturista. “As investigações seguem em sigilo e outras informações serão repassadas somente na conclusão do inquérito”, conclui o texto.

 

Relembre 

A morte de Allan ocorreu na madrugada do último dia 2 de setembro e as circunstâncias para a morte ainda permanecem obscuras. Há duas versões para o caso. Os organizadores do evento alegam que Allan Guimarães Pontelo foi encontrado com drogas e que, ao ser abordado pelos seguranças, ficou exaltado, e teve um ataque cardíaco. Já um dos amigos da vítima alegou que os funcionários da boate forçaram a saída dele do local. A vítima, que era fisiculturista, estava com vários hematomas pelo corpo.

Por volta das 2h50 da madrugada, os organizadores da festa ligaram para a polícia informando a morte do rapaz. Segundo o tenente Jerry Adriano Martins de Abreu, ao chegar na boate, na data do crime, eles contaram que Pontelo foi abordado pelos seguranças com ecstasy e papelotes de substância semelhante à cocaína. Ele teria tido um mal súbito e morreu.

Ainda conforme o militar, um amigo da vítima afirmou que logo após Pontelo ter sido abordado no banheiro, os seguranças o levaram para um local isolado. O amigo disse que não conseguiu ver o que aconteceu com Pontelo depois. Ao procurar o amigo, ele o encontrou recebendo massagem cardíaca e ao se aproximar, ele já estava morto.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a perícia foram até a boate. Pontelo apresentava vários arranhões pelo corpo e lesões nos dedos dos pés. A corrente que ele estava no pescoço apresentava marcas de sangue e a blusa dele estava rasgada.

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