Suspeitos envolvidos em morte fisiculturista setelagoano em boate de BH são presos

Advogado que representa empresa de segurança confirmou que há prisões nesta terça-feira. Quatro são investigados pela suspeita de envolvimento na morte de Allan Pontelo

Advogado que representa empresa de segurança confirmou que há prisões nesta terça-feira. Quatro são investigados pela suspeita de envolvimento na morte de Allan Pontelo

O advogado Ércio Quaresma, que representa a boate Hangar 677, confirma prisões de funcionários da Cy Security e Vigilância, que atuava na segurança do estabelecimento onde ocorreu a morte do fisiculturista Allan Pontelo, de 25 anos.

Mandados judiciais foram cumpridos nesta terça-feira.

Segundo Quaresma, quatro pessoas são investigadas por suspeita de envolvimento no caso, três delas são representadas por ele, sendo dois seguranças e o coordenador deles. O defensor já teve acesso ao laudo da necrópsia que aponta as causas da morte do rapaz, e que vai contratar uma empresa para avaliar o documento. No entanto, ele não quis adiantar o teor à reportagem.

O advogado Geraldo Magela, que representa a família do fisiculturista, disse que recebeu informalmente a  notícia da operação e pretente ir à delegacia responsável pelo caso na tarde de hoje.

A morte de Allan Guimarães Pontello ocorreu entre 4h e 5h do dia 2 de setembro na boate, que fica na Região Oeste de Belo Horizonte. A Polícia Militar (PM) colheu as informações com as testemunhas. “A versão dos seguranças é de que o rapaz foi abordado com drogas e, depois, sofreu um ataque cardíaco no local. Eles alegam que tentaram reanimar o jovem e não conseguiram”, explicou o tenente Jerry Adriano Martins de Abreu, da 126ª Companhia da Polícia Militar (PM), responsável pela área. Antes e passar mal o jovem teria corrido e saltado algumas grades, caindo no chão em seguida, ainda conforme a PM.

Um amigo de Allan disse que os dois foram ao banheiro e, depois de ser abordado por dois seguranças, Allan foi levado para um lugar privado na boate. “Fui tentar ver onde eles estavam e os seguranças colocaram o revólver no meu peito e me mandaram sumir”, afirma. Ele garantiu que foi ameaçado caso não deixasse o local.

Segundo o rapaz, eles fecharam uma porta de metal e não conseguiu ver mais nada. “Fui procurar ajuda, pedir para uma amiga falar com quem estava organizando a festa e, quando voltei, o Allan já estava dentro da ambulância e alegaram que ele tinha falecido”, diz. Castanheira ressalta que o amigo não fazia uso de drogas e era saudável, sem problemas de saúde. “Às 3h07, ele me deu um toque no celular, mas eu não vi. Às 3h15, quando retornei, ele já não atendeu mais”.

De acordo com a PM, a vítima aparentava ter se envolvido em uma briga. “A blusa do Allan estava rasgada, suja, os dedos dos pés machucados, as costas arranhadas. Há sinais de que pode ter havido uma luta corporal. Talvez ele tenha entrado em conflito com seguranças, mas temos que aguardar a autópsia do corpo para saber as causas da morte”, concluiu Jerry Adriano.

Com o mistério nas causas da morte de Allan Pontelo, familiares e amigos do fisiculturista se mobilizaram para pedir justiça e esclarecimentos dos donos do Hangar 677. Uma página foi criada no Facebook e outdors foram espalhados por bairros de Contagem.

No fim do mês passado, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não identificou o uso de drogas e/ou álcool pelo jovem. Mas detectou a cetamina, que é um medicamento usado como anestesia geral em cirurgias em humanos e também em animais. O produto também tem efeito alucinógeno.

A dúvida sobre o uso indiscriminado ou não do jovem da substância foi levantada pela defesa dos seguranças da boate. Em uma página de uma rede social, o advogado Ércio Quaresma questionou as informações de que o jovem não tinha feito uso de drogas. Exibindo cópia do laudo que apontou que Allan não usou cocaína, maconha ou ecstasy, o advogado destaca em sua página que o documento técnico apresenta a presença de ketamine (cetamina) no sangue e vísceras do rapaz.

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