A CCPR (Cooperativa de Produtores de Leite de Minas Gerais), que vendeu a Itambé para os franceses, vai recorrer.
Quem pediu a liminar para paralisar a operação foi a Vigor. A empresa era dona de 50% da Itambé até o dia 4 de dezembro, quando a CCPR (dona dos outros 50% da Itambé) exerceu seu direito de preferência de compra e ficou com 100% do laticínio mineiro.
No dia seguinte, porém, a CCPR anunciou o acordo de venda da totalidade da Itambé para a francesa Lactalis, uma movimentação que a Vigor considerou como violação do acordo de acionistas, conforme o pedido de liminar aceito pelo juiz.
O acordo previa que as partes não poderiam negociar uma venda com concorrentes diretos.
A liminar foi concedida pelo juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 1ª Vara Empresarial de São Paulo.
Agora suspensa, a situação fica congelada no patamar anterior ao negócio e pode dificultar as operações da empresa enquanto não se encontra uma solução.
HISTÓRICO
O imbróglio tem raízes na operação em que a J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista, vendeu a Vigor para a mexicana Lala, em outubro.
Após acertar a compra da Vigor, a Lala tenta comprar também a outra metade das ações da Itambé, mas foi impedida porque a CCPR tinha o direito da preferência.
Para exercer sua preferência e comprar os 50% pertencentes à Vigor, evitando o negócio com a Lala, a CCPR pediu financiamento da Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais).
Mas no dia seguinte, a diretoria da CCPR vendeu 100% da empresa para a Lactalis.
A decisão desta segunda-feira suspende a venda dos 50% da Vigor na Itambé para a CCPR e, consequentemente, a venda dos 100% da Itambé para a Lactalis.
Procuradas, CCPR e Vigor não quiseram se manifestar. Lactalis não respondeu aos pedidos de entrevista.
A Codemig afirma que “a venda das ações da Itambé Alimentos para a empresa francesa Lactalis, anunciada pela CCPR não teve participação da Codemig”.