O caso aconteceu na Escola Estadual Santos Dumont, na região de Venda Nova, na capital, onde Hudson virou herói para alunos e ex-alunos. Todos elogiaram a “forcinha” dada ao adolescente. No entanto, o professor também virou alvo de críticas de alguns colegas e terá que se explicar à Secretaria de Estado de Educação.
No vídeo, o professor Hudson aparece com uma prova na mão, lendo as perguntas em voz alta para o aluno, que está distante alguns metros. O adolescente, que parece ter a matéria na ponta da língua, responde a todas as questões prontamente.
No final da prova oral, aluno e professor são aplaudidos por outros estudantes. “Ganhou os pontos”, comenta a pessoa que fez o vídeo. As imagens postadas no perfil do professor no Facebook tinham, até ontem, mais de 48 mil visualizações.
Nas redes sociais, a “quebra de protocolo”também foi bastante elogiada. “Parabéns pela atitude”, postou Jefferson James. “Você é ótimo, guerreiro”, escreveu Beatriz Santos. “Se falarem que o Hudson não tem os melhores métodos de ensino, estarão mentindo!”, aplaudiu Genésio Brandão Alves.
Um professor que trabalha com Hudson, e que pediu para não ter o nome revelado, considerou a atitude do colega “populista”. “Acredito que sempre deve ser dada oportunidade aos alunos, mas achei desnecessário. Uma atitude populista, pois a escola garante diversos meios para que atividades avaliativas sejam repetidas”, criticou. A escola tem fama de ser bastante rigorosa com horários.
A direção da escola informou, por meio de nota da secretaria de Educação, “que qualquer professor tem autonomia para repetir uma avaliação, em momento adequado e acertado entre as partes.”
O professor Hudson Fernandes falou com a reportagem do otempo.com. Ele explicou que decidiu aplicar a prova ao aluno porque há um prazo de tolerância aos estudantes e que era o último dia para aquela avaliação. “O aluno ficou do lado de fora olhando eu aplicar o teste oral nos demais alunos. Ele é um ótimo aluno e repetia as frases. E eu o vendo lá fora, perguntei se ele queria fazer o teste. Ele falou que sim. E eu fiz as perguntas para ele daquele local mesmo”, explicou Hudson.
O professor disse que não esperava a repercussão do vídeo gravado uma pessoa que estava do lado externo. “Eu me sinto lisonjeado com o carinho manifestado nas redes sociais. O reconhecimento dos alunos é muito grande. Eu sempre me preocupei muito com eles. Faço um trabalho de incentivo, de autoestima. São alunos de escola pública e precisam acreditar que eles também podem lograr êxito”, disse o professor.
Hudson tem reunião nesta quarta-feira com a direção e a inspetoria escolar da Santos Dumont para conversarem sobre o episódio e a conduta dele. “A direção esclarece que, de acordo com o regimento escolar da unidade, após o início da aula, o aluno que chegou atrasado deverá aguardar o próximo horário para entrar na sala de aula”, informou a Secretaria de Estado de Educação.