Filho reencontra mãe depois de 20 anos, em Sete Lagoas

Legenda: Secretário Paulo França, coordenadora Maristela Rodrigues, Rosângela Rocha e Saulo Magno com sua esposa Nalda

Sabe aquelas histórias emocionantes, onde filhos reencontram pais desaparecidos há anos e que ganham grande repercussão em programas de TV? Sete Lagoas viveu uma delas recentemente, graças ao trabalho do Projeto Acolher, mantido pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos.

Rosângela Rocha reencontrou sua família que estava distante há mais de 20 anos, com apoio da equipe multidisciplinar. A emoção tomou conta de todos e o sentimento de agradecimento foi registrado em um vídeo.

Rosângela Rocha possui um grande histórico de passagens pelo Projeto Acolher. Ela foi atendida pela primeira vez no serviço em 2014, depois em 2015 e 2017 foi novamente registrada no local. Porém, a derradeira presença foi iniciada no dia 2 de maio deste ano quando sua entrada se deu através do Centro POP, outra unidade de apoio a pessoas em situação de rua. “Ela demonstrou um desejo muito grande de reencontrar os filhos, então iniciamos o processo de localização”, explica Paulo França, secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos.

A assistida detalhou sua trajetória e com as primeiras pistas foram iniciadas as buscas, coordenadas pela Assistente Social Eliete das Graças Ribeiro. O primeiro passo contou com a colaboração do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), do município de Santos Dumont. Foram vários contatos em outras cidades até que Saulo Magno Rocha, filho de Rosângela Rocha, foi encontrado em Ribeirão das Neves, onde ocorreu o primeiro contato com o Acolher no dia 26 de junho.

Quatro dias depois houve o aguardado reencontro. Saulo Magno veio a Sete Lagoas acompanhado da esposa Nalda para buscar sua mãe. “Desde 1998 não via minha mãe, acreditava e falava com todos que ela havia morrido. Agradeço muito o projeto Acolher porque ela foi muito bem cuidada, ela só fala bem daqui. Essa é uma casa que ajuda as pessoas e hoje está nos proporcionando muita alegria”, declarou Saulo Magno.

Para Maristela Paula Rodrigues, coordenadora do Acolher, este tipo de história estimula quem, no dia a dia, faz tão importante trabalho social. “Este fato nos encheu de alegria. Isso reanima. A Assistência Social é um trabalho pesado e seus frutos parecem pequenos, mas quando nascem são expressivos”, comentou. O secretário municipal de Assistência Social, Paulo França, não esconde a satisfação por fazer parte dessa história. “Esse é exemplo que simboliza o trabalho sério que desempenhamos. Esse é um fato que vai marcar a vida de todos nós para sempre”, comentou.

Rosângela Rocha reencontrou posteriormente o filho Marcus, morador de Brasília, com quem está atualmente. “Todas as vezes que estive no Acolher nunca me faltou nada. Agradeço todos imensamente”, comentou Rosângela Rocha.

 

PROJETO ACOLHER

O projeto Acolher, entidade que acolhe pessoas em situação de rua, é uma referência neste tipo de trabalho no Brasil. Atualmente são atendidas dezenas de pessoas com perfis diferenciados. A sede fica na rua Leopoldina, 326, no bairro Jardim Cambuí. O projeto ocupa uma enorme área e pouca gente conhece o trabalho que é feito entre os seus muros. O foco disciplinar é trabalhando em diversas vertentes tais como oficinas pedagógicas, atividades práticas como o cultivo de hortas e artesanatos.A disciplina, além de garantir a distância das drogas e do álcool, promove a ressocialização dos acolhidos. Vários retomam a profissão, abandonada durante anos na vivência nas ruas e ainda conseguem indicações para o mercado de trabalho.

Existem duas maneiras para se chegar ao acolher. Uma é a triagem por meio de unidades como Centro POP, direcionada ao atendimento da população de rua. Mas a principal é a abordagem nos locais onde o público se concentra.O Acolher é dividido entre a casa de passagem, onde normalmente os assistidos apenas procuram abrigo para dormir, e a sede principal onde o projeto aplica suas atividades.

Os internos ainda recebem apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social, caso queiram voltar para suas cidades de origem.

O trabalho é definido como institucional já que faz parte da política de Assistência Social do município.

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