O coordenador de geoprocessamento do município, Laudo Luiz, foi o responsável por apresentar aos vereadores, durante Reunião Especial, realizada nessa quinta-feira (07), na Câmara Municipal, o estudo sobre a criação das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do Marinheiro e do Machado. O encontro é uma oficina participativa e de preparação. “O ritual é esse. A gente está explicando com toda calma porque no final o projeto será feito a várias mãos, o intuito é esse”, define Luiz.
Essa foi a sétima oficina que já percorreu as áreas de abrangência das possíveis futuras APAs para esclarecer a moradores e produtores da região. Após mais uma explanação, os técnicos partem agora para a conclusão dos estudos e a minuta do projeto que será encaminhada aos conselhos antes de chegar à Câmara para tramitação.
Para falar dos benefícios para o município da criação das unidades de conservação, Laudo esclareceu que as regiões são algumas das principais para recarga do lençol freático que abastece a cidade. “É como se fosse uma torneirinha que a gente tem a capacidade de ligar ou não dependendo se tivermos ações ambientais”, exemplificou. Outra vantagem é o município ficar capacitado para receber o ICMS ecológico. “Que não é pouco, completou”.
O uso responsável do solo e a proibição de instalação de indústrias poluidoras em algumas áreas de preservação são requisitos para a criação das APAs. Laudo garantiu que as áreas de preservação permanente não contemplam propriedades rurais em atividade. “Nas áreas talvez jegue ande porque é muito inclinado. Não foi mecanizado”.
Depois da apresentação os vereadores se posicionaram e Milton Martins (PSC) antecipou seu voto favorável a criação da APA. “A gente não pode pensar em só construir, construir e construir”, resumiu. O vereador teme, porém, que mesmo com a criação das APAs, a vegetação continue a ser desmatada. Por isso cobra uma fiscalização efetiva das autoridades.
Autor do requerimento para a sessão, Gilson Liboreiro (PSL) analisa que “não temos que pensar só no presente, mas também no futuro”. Disse ao citar grave crise hídrica vivida por algumas regiões do nordeste do Brasil onde há racionamento de água. Ele também vê como necessária “a criação de instrumentos legais de fiscalização”.
Defensor de ações que fomentam o turismo da cidade, Dr. Euro (PP) também não se opôs e opinou “que seja bom para a cidade e que nenhum produtor rural seja prejudicado. A vereadora Gislene entende que “tudo está acontecendo em um grande sucesso e será muito bom para a cidade”.
Rodrigo Braga (PV) disse que entende a questão do cuidado ambiental, “mas tem que estar de forma equilibrada com o desejo das pessoas que lá moram. Se conseguíssemos unir o útil ao agradável será muito bom”.
Por fim, o presidente Cláudio Caramelo (PRB) se manifestou e garantiu que, assim que chegar na Câmara, o projeto será colocado em tramitação. “Tem o trâmite que a gente tem que seguir. Vamos dar celeridade, sim, mas sem queimar etapas”, concluiu.
Moradores das regiões também prestigiaram a sessão e tiveram a oportunidade de opinar sobre o tema. Todos são favoráveis a criação das áreas de preservação e Nivaldo José resumiu o sentimento de todos. “Temos que agarrar com unhas e dentes essa APA”.