Chacina em Paracatu pode ter sido motivada por perda de liderança

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga se Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, suspeito de assassinar quatro pessoas na noite de ontem (21), em Paracatu, Noroeste de Minas, estaria motivado pelo fato de ter perdido liderança na igreja. Inicialmente, a PCMG descarta que uma das vítimas fatais, ex-esposa do investigado, seria vítima de feminicídio.

A Delegada a cargo das investigações, Thays Regina Silva, afirmou que as apurações ainda vão esclarecer muitos detalhes, porém acredita-se que Rudson teria se enfurecido por ter sido destituído da liderança da igreja. “A partir de então, ele teria começado a proferir ofensas ao pastor, que na noite de ontem tentou fugir dos tiros, mas acabou ferido”, informou.

Ela afirmou, ainda, que, até o momento, não foram constatadas provas materiais indicando um homicídio em virtude da condição de gênero da ex-companheira, o que caracterizaria um possível feminicídio. “Não havia medida protetiva contra o suspeito, incidência de violência doméstica ou discriminação à mulher, mas destacamos que a motivação exata continua em apuração”, explicou a delegada.

Rudson Aragão foi ouvido no hospital de Paracatu, onde esteve internado, e foi imediatamente autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado pelas quatro vítimas, com incidência de duas qualificadoras: motivo fútil e impossibilidade de resistência das vítimas. Já a tentativa de homicídio, com as mesmas qualificadoras com relação ao pastor, todos em continuidade delitiva.

Dinâmica

Segundo as investigações, Rudson é apontado como assassino da ex-esposa Heloísa Vieira Andrade, 59, Antônio Rama, 67, Rosângela Albernaz, 50, e Marilene Martins de Melo Neves, 52. Além disso, tentou matar o pastor.

Inicialmente, o suspeito foi até a casa da irmã dele, onde estava Heloísa, sentada em um sofá, e a atacou com um canivete. Rudson então, usando uma cartucheira calibre 36, foi a pé até a igreja, próxima à residência da irmã. “Ao ser ouvido, ele alegou que o alvo principal seria o pastor, mas que teve a intenção de atingir os demais que acabaram mortos”, explicou a Delegada. Ela destacou que, conforme as imagens do circuito interno de segurança, o suspeito foi frio, uma vez que arma utilizada permite apenas um tiro por vez. “Ele recarregava, mirava e atirava. O pastor, alvo do suspeito, conseguiu escapar e sofreu lesões na fuga”, concluiu.

A Polícia Civil deverá concluir o inquérito no prazo legal de dez dias.

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