Lojistas protestam em frente à prefeitura contra fechamento do comércio em BH

Munidos de bandeiras do Brasil, manifestantes ocupam a avenida Afonso Pena no sentido Praça Tiradentes após decisão do município de fechamento do comércio

Pessoas se aglomeraram em frente à PBH / Foto: Fred Magno/O TEMPO

Lojistas da capital realizam um protesto em frente à Prefeitura de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (29), contra a decisão do município de fechamento do comércio. A partir de agora, apenas estabelecimentos considerados essenciais têm autorização para funcionar na cidade. A medida foi adotada com o objetivo de conter o avanço do coronavírus.

Os manifestantes ocupam a avenida Afonso Pena no sentido Praça Tiradentes. Eles carregam bandeiras do Brasil e gritam que querem trabalhar. Muitos usam máscaras com a frase “fora Kalil”. A Guarda Civil Municipal e agentes da BHTrans monitoram o protesto.

O comerciante Edson Morais, 64, que participa da manifestação, conta que já teve de fechar uma das lojas de vestuário que possui em Belo Horizonte e demitir oito funcionários. “Estamos parados há cem dias obedecendo às regras impostas goela abaixo, sem critério nenhum. Tínhamos sete lojas, já fechamos uma, não fecho mais porque não tenho dinheiro para indenizar os funcionários, o dinheiro acabou. Precisamos trabalhar para gerar emprego e salário para a turma que, daqui para a frente, vai ficar sem receber”, afirma.


O integrante do movimento Pró Libertas, Dirceu Brandão, participou da organização do protesto e diz que faltaram ações de combate à epidemia por parte da prefeitura: “O prefeito já teve tempo suficiente para adotar as medidas necessárias para proteger a população. Sabemos que a pandemia existe, que o vírus é realmente perigoso, mas não podemos ignorar a economia. As pessoas estão perdendo seus negócios”.

A Prefeitura de Belo Horizonte já informou que a reabertura do comércio depende do resultado dos indicadores epidemiológicos. Um dos fatores que contribuíram para a decisão do fechamento foi o aumento da taxa de ocupação de leitos de enfermaria e UTI para pacientes com Covid-19 na cidade.


Segundo o município, somente em junho, foram abertos 232 leitos exclusivos para Covid-19, sendo 81 de UTI e 151 de enfermaria. Atualmente, há 1.099 leitos para pacientes com coronavírus na cidade, sendo 798 de enfermaria e 301 de UTI.

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