A Justiça determinou o bloqueio de R$ 650 mil em diversas contas que receberam indevidamente o auxílio, criado para ajudar financeiramente milhões de famílias de baixa renda afetadas pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo a PF, a ação é parte de uma estratégia coordenada contra as fraudes entre a própria PF, Ministério Público Federal (MPF), Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério da Cidadania.
Nessa estratégia, as tentativas de cadastramento irregulares são detectadas pela Polícia Federal, que busca identificar a atuação de organizações criminosas que fraudam o benefício.
Ainda segundo a PF, a estratégia coordenada já detectou, bloqueou e cancelou o cadastramento de mais de 3,82 milhões de pedidos irregulares, evitando um prejuízo de R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos.
O coordenador-geral de Polícia Fazendária, Cleo Matuziak Mazzotti, disse que são “massivas” as tentativas de fraude relacionadas ao auxílio emergencial, em razão de sua abrangência de âmbito nacional.
Ele explicou que os fraudadores emitem boletos, simulando uma operação comercial, para fazer com que o valor do benefício caia em contas criadas por eles, em vez de ser creditado nas dos reais beneficiários.
Na maioria das vezes, são benefícios que não foram solicitados. “O beneficiário não sabe que tem direito ou não procurou a Caixa”, esclareceu.
Além do esquema, acrescentou o coordenador, a polícia tem identificado casos de estrangeiros que tentam sacar o benefício de forma irregular, em agências bancárias, com documentos falsos. Durante a entrevista coletiva, a corporação antecipou que a operação terá desdobramentos para aprofundar as investigações.