Cinco funcionários públicos do Cemitério Parque da Saudade, em Formiga, na região Centro-Oeste de Minas, além de um ex-servidor do local, estão sendo investigados por enterrar caixões vazios. De acordo com o Ministério Público (MP), o grupo recebia propina para guardar vagas na necrópole. “Quanto o ente da família morria, os coveiros retiravam o caixão vazio e colocavam o corpo”, diz trecho da denúncia.
Outras irregularidades supostamente cometidas pelos suspeitos estão sendo apuradas há sete meses. Nesta sexta-feira (9), uma operação foi realizada para cumprir oito mandados de busca e apreensão. Além disso, a Justiça mineira expediu seis mandados de medidas cautelares, como o afastamento das funções públicas dos investigados. A operação foi batizada de “Cemitério Maldito”.
Segundo o MP, o caso começou a ser investigado após denúncia feita por um servidor do espaço. “Foram coletadas provas de que os coveiros recebiam propina de famílias para assegurar lugares no cemitério, e, para tanto, enterravam caixões vazios”, explicou o órgão.
Também foi apurado que os coveiros mantinham esquema de recebimento de horas extras que não eram devidamente cumpridas. Outra irregularidade também está sendo apurada. Há fortes suspeitas de que os coveiros abasteciam veículo particular de uma funerária com valores da prefeitura. Ainda segundo as investigações, existem indícios do desvio de urnas funerárias do município para uma funerária particular.
A operação foi coordenada pela 2ª Promotoria de Justiça de Combate ao Crime Organizado e da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público. As polícias Civil e Militar também participam da operação denominada “Cemitério Maldito”.
Responsável pela administração do Parque da Saudade, a Prefeitura de Formiga não se manifestou sobre o caso até a publicação desta matéria.