Segundo o presidente da empresa na América Latina, Márcio Querichelli, o novo investimento abrangerá várias frentes. A maior parte será usada no desenvolvimento de novos produtos. Isso inclui caminhões e ônibus movidos a gás, que já começam a ser testados. Além da unidade em Sete Lagoas, a montadora tem uma fábrica em Córdoba, na Argentina.
Outra parte do investimento será destinada a novos processos fabris e recrutamento de pessoal. Segundo Querichelli, existe a intenção de abrir novas vagas, a maioria na fábrica mineira, que, hoje, conta com cerca de 2,5 mil empregados (quase mil dessas vagas foram abertas no ano passado). O restante dos recursos contemplará a nacionalização de peças, além de pós-vendas e concessionárias.
Novos motores
Uma parte dos recursos do novo programa já foi usada no desenvolvimento de novos motores, que atendem à legislação de emissões, chamada Proconve P8 (equivalente à Euro 6 na Europa). Os motores menos poluentes deverão estar em todos os caminhões e ônibus produzidos a partir de janeiro de 2023.
O novo investimento chega num momento em que a Iveco passa por uma transformação. A montadora, que, no passado, já pertenceu ao grupo Fiat, era, até o início deste ano, parte do grupo CNH, junto com Case e New Holland, o que incluía as áreas de veículos agrícolas e de construção. Em janeiro foi feito o “spin-off” das empresas. Com a cisão, a Iveco se tornou uma nova empresa, com o foco em caminhões e ônibus.
Cobrindo todos os segmentos — de leves a pesados —, em 2021, a Iveco ficou no quinto lugar no mercado brasileiro, com participação de 6,77% no acumulado do ano, segundo dados de emplacamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave).
Mas a empresa tem registrado expansão. No ano passado, a venda dos caminhões da marca cresceu 69,6%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foi uma das empresas do segmento que mais cresceu. Em ônibus, o avanço foi de 68,6%.