De acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, Fabiano Leite será julgado por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, com emprego de asfixia ou tortura e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda não há, segundo o fórum, quantas testemunhas serão ouvidas no julgamento. Atualmente, o réu aguarda o julgamento em liberdade.
Segundo a acusação do Ministério Público, o acusado estava armado, como “força de reserva”, ao lado de seguranças pronto para “intervir a fim de assegurar o êxito da ação criminosa”.
Assim como ocorreu em outros julgamentos, o técnico em eletrônica, Dênio Luiz Pontelo, pai do fisiculturista Allan Pontelo, vítima do ataque dos seguranças na boate, espalhou outdoors pela região metropolitana cobrando justiça no julgamento.
Relembre o caso Hangar
As investigações apontam que a morte do fisiculturista Allan Pontelo ocorreu após uma ação truculenta dos indiciados, que teriam flagrado a vítima com drogas. Na conclusão da polícia, os seguranças viram o fisiculturista no banheiro e disseram que ele estaria comercializando drogas. Ele foi levado para uma área restrita da boate onde apanhou até a morte. O caso ocorreu no dia 2 de setembro de 2017.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ao se recusar passar pela revista, Allan foi espancado violentamente, com socos e chutes, imobilizado e estrangulado até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa da morte “asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço”, além de diversas lesões no corpo.
O MPMG também entendeu que os funcionários da boate Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Araújo Leite participaram do crime. Os dois estavam armados no local da revista, “como força reserva, prontos para interferir para garantir o êxito da ação da criminosa”.
Três seguranças seguranças já foram condenados pelo menos em primeira instância pela morte de Allan Pontelo. William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares foram condenados a 15 anos de prisão em 2020. Já o segurança Paulo Henrique Pardim de Oliveira foi condenado em novembro do mesmo ano a 11 anos de prisão em primeira instância.
O chefe da segurança da boate Hangar 677, Delmir Araújo Dutra, foi absolvido em dezembro do ano passado no julgamento que seria conjunto com o de Fabiano Leite.