Bombeiro que atuou em Brumadinho vai à Turquia para ajudar no resgate de vítimas do terremoto

Equipe da ONG Humus segue para atuar em buscas na Turquia — Foto: Arquivo Pessoal

Nesta quarta-feira (8), uma equipe liderada pelo capitão da reserva do Corpo de Bombeiros, o mineiro Leo Farah, que atuou na equipe de buscas da corporação na tragédia de Brumadinho, chega à Turquia para atender a um chamado da Organização das Nações Unidas (ONU) por ajuda humanitária. O grupo embarcou rumo ao país no fim da tarde desta terça-feira (7).

O objetivo primordial da missão é ajudar nas buscas por vítimas ainda com vida após o terremoto que atingiu a região central do país e o noroeste da Síria, na segunda-feira (6), deixando, até a noite de terça, mais de 5.800 mortos na Turquia e mais de 1.900 na Síria.

Milhares de pessoas ainda estão sendo resgatadas e outras milhares seguem desaparecidas em ambos os países.

Em conversa com a reportagem, poucos minutos de embarcar, Farah disse que ainda existe a possibilidade de encontrar pessoas com vida entre os escombros.

“A gente está indo lá para resgatar vítimas, a gente sabe que ainda é possível. Existe uma janela de sobrevivência, que vai de 7 a 10 dias, então a gente ainda tem bastante esperança. Você se afasta da família, das pessoas, se coloca em risco, mas a gente tem no coração que o que puder fazer para ajudar essas pessoas vai ser muito importante”, afirmou o bombeiro.

A equipe, que atuará na cidade de Gaziantep, faz parte de uma Organização Não Governamental (ONG) especializada em áreas de risco de desastres relacionados a eventos naturais extremos, como terremotos e ciclones, a Humus.

Para a viagem, os voluntários não levam equipamentos diferenciados. Eles contam com os que são disponibilizados localmente.

O que fará a diferença é a expertise do trio, não só em resgates com vida, como também na recuperação de corpos.

Leo Farah participou de importantes operações no Brasil e no mundo, como os resgates nos desastres com barragens em Brumadinho e Mariana, na ajuda humanitária após a passagem de ciclones em Moçambique e em missões no Haiti.

Compõem a missão os também mineiros Rodrigo Cartacho, socorrista de alta montanha especializado em técnicas verticais e atendimento a trauma, e Júlio Vanderlei, bombeiro especialista em busca e resgate em estruturas colapsadas e operação de maquinário pesado.

Até agora, sabe-se que:

  • O terremoto ocorreu na madrugada de segunda-feira (6) no povoado de Kahramanmaras, no sudoeste da Turquia, perto da fronteira com a Síria.
  • O raio de alcance do tremor foi de 250 quilômetros e, portanto, ele foi fortemente sentido em centenas de municípios dos dois países.
  • O epicentro ocorreu a 10 quilômetros da superfície — esta é uma profundidade considerada baixa e pode explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada.
  • O tremor também foi sentido em Israel, no Iraque, no Chipre e no Líbano. Não há registro de vítimas nesses países.
  • Foi o pior terremoto desde 1939 na região, muito propensa ao fenômeno por ser uma área de encontro de placas tectônicas.
  • Cerca de 90 réplicas também foram registradas após o primeiro tremor.
  • Segundo balanço do governo turco, até a noite de terça-feira (7), 5.894 pessoas morreram na Turquia.
  • Na Síria, foram 1.900 mortos, segundo levantamento do governo e da ONU.
  • A OMS afirmou que o número de vítimas pode ser até oito vezes maior.
  • Mais de 10 mil pessoas ficaram feridas e milhares ainda estão desaparecidas.
  • Segundo o governo turco, mais de 70 países já anunciaram que enviarão ajuda humanitária e equipes de busca, entre eles EUA, Reino Unido, Alemanha e Israel.

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