Operação Nêmesis: PCMG indicia 24 por integrar organização criminosa em Contagem e Esmeraldas

Divulgação/PCMG

Com o indiciamentos de 24 suspeitos, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito policial decorrente da operação Nêmesis, deflagrada em janeiro, visando à repressão a uma organização criminosa atuante no bairro Retiro, localizado entre os municípios de Contagem e Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Conforme apresentado em coletiva nessa quarta-feira (15/2), até o momento, 16 suspeitos já foram presos, e cumpridos dezenas de mandados de busca e apreensão.

As investigações que possibilitaram identificar a organização criminosa partiram da apuração de 12 homicídios ocorridos na localidade entre 2020 e início de 2022. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) em Contagem, delegado Anderson Resende, foi possível levantar a estrutura e o modo de agir do grupo. “Conseguimos estruturar como funcionava a dinâmica e verificar que havia um ‘tribunal do crime’, com execução de pessoas que não eram bem aceitas no seio da organização”, resume.

O delegado acrescenta que o trabalho investigativo acerca do grupo criminoso, que resultou em prisões temporárias e apreensões relevantes de materiais no âmbito da Nêmesis, ao longo de um mês desde a realização da operação, contribuiu para a finalização de pelo menos quatro inquéritos policiais de homicídios. “São casos que, até então, não tínhamos muitos elementos probatórios e evoluíram bastante nesse período”, destaca.

Outro resultado da operação, pontuado por Resende, é a prisão de um suspeito em Sergipe, cumprida com apoio da Polícia Civil daquele estado. “Ele responde por três homicídios na nossa área”, observa. O delegado completa que o inquérito policial já foi remetido à Justiça, sendo as prisões temporárias convertidas em preventivas. “Essa gangue já está denunciada e agora vai responder ao processo criminal”, acrescenta ao informar que os 24 investigados foram indiciados pela PCMG pelos crimes de organização criminosa e corrupção de menores.

O chefe do 2º Departamento de Polícia Civil, César Monteiro, pontua que, ao todo, foram expedidos pela Justiça, em decorrência das investigações da DEH em Contagem, 74 mandados, incluindo busca e apreensão e prisão. “A operação Nêmesis foi desencadeada no sentido de combate ao crime organizado e foi bem sucedida”, ressalta.

Os levantamentos prosseguem para a localização dos demais indiciados.

Tribunal interno

Ao detalhar algumas ações do grupo criminoso, cuja atuação predominante era o tráfico de drogas, o delegado Anderson Resende explica que as punições aplicadas pelo grupo àqueles que contrariavam as condutas e as ordens estabelecidas pela organização eram diversas, indo de agressões físicas a execuções, inclusive de pessoas sem envolvimento na criminalidade, como é o caso de duas vítimas dos 12 homicídios investigados.

O delegado exemplifica que perda de drogas, conduta considerada escandalosa – como a de um homem que foi morto por ter agredido a companheira – e prática de furto sem autorização eram motivos para represálias. “Esse grupo tinha uma estruturação organizacional, se não respeitados os comandos, esse indivíduo poderia ser entendido como não necessário na organização”, assinala o delegado concluindo que as investigações dos homicídios apontam para um “tribunal interno, não uma guerra contra outra facção”.

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