Médico é preso por induzir mulher a fazer exame ginecológico e cometer abuso sexual no RJ

Uma jovem de 26 anos foi vítima de abuso sexual durante uma ultrassonografia transvaginal em uma clínica particular em Copacabana, no Rio de Janeiro. O suspeito foi preso em flagrante por violação sexual mediante fraude.

A vítima, que mora nos Estados Unidos, veio ao Brasil para realizar um exame de mama e decidiu fazer um ‘check up geral’. De acordo com ela, o exame transvaginal não seria realizado com este médico, mas ele a convenceu a fazer no dia, alegando que seria mais prático.

“O início foi super correto, mas no decorrer [do exame] ele mudou a conduta. Fiquei na dúvida se o que eu sentia estava realmente acontecendo ou se era coisa da minha cabeça, porque eu nunca tinha feito esse exame antes”, explica.

Ela afirmou ter entendido se tratar de um abuso quando o médico começou a tocar as partes íntimas da vítima sem luvas e perguntar se ela estava gostando.

A mulher tentou fugir, mas foi segurada pelos braços enquanto o suspeito tentava colocá-la no colo.

Ela conseguiu se desvencilhar quando uma enfermeira bateu na porta, o que assustou o radiologista. Ela correu para o banheiro e vestiu sua roupa.

A rede Clínica da Cidade, onde ocorreu o abuso, afirmou que lamenta qualquer episódio de violência contra a mulher e que o caso foi uma ocorrência isolada que está sob investigação.

Histórico de crimes

Os policiais foram acionados e levaram o médico, a vítima e testemunhas para a delegacia. No local, foi constatado que havia outra denúncia de assédio registrada na Delegacia da Mulher (Deam), em 2020.

A vítima, que afirmou ter sofrido abuso na infância, se sente aliviada com a prisão do médico.

“Eu fiquei aliviada quando descobri que ele já tinha cometido esses crimes antes, porque é muito difícil as pessoas acreditarem na gente, eu estava me sentindo super culpada e julgada. Foi quando a delegada me falou que eu não era primeira vítima dele, que outras pessoas denunciarem ele pelo mesmo crime. Eu finalmente respirei aliviada, porque todo mundo ia ver que eu não estava mentindo sabe?”, contou.

A vítima ainda afirmou estar orgulhosa de conseguir denunciar o caso de abuso, relembrou a agressão sofrida quando criança, e se emocionou por ter conseguido denunciar e ajudar a evitar que estes crimes se repitam.

“Na infância eu sofri abuso, não tive força para falar o que aconteceu comigo. Eu prometi para mim mesma que quando eu crescesse, se alguém fizesse isso comigo de novo, eu ia ter força para denunciar. Meu choro é de alívio”, afirma, emocionada.

Por fim, ela convoca outras mulheres que foram atendidas pelo médico e sofreram abuso para denunciar a ação.

“A gente precisa muito que todo mundo que passou por algum médico e e se sentiu abusada, vá pra delegacia pelo amor de Deus e denuncie”, ressalta.

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