Reunião na Câmara de Sete Lagoas é interrompida após participação popular; “estão tentando nos calar”

Foto: Reprodução TV Câmara

A  reunião ordinária da Câmara Municipal de Sete Lagoas foi interrompida na manhã desta terça-feira (07), após uma intensa participação popular. Dezenas de pessoas estiveram presentes no plenário do legislativo sete-lagoano para poder reivindicar contra o projeto de resolução, 001/2023, que visa punir o vereador Ivson de Castro (Cidadania).

Durante a reunião plenária do dia 19 de outubro de 2020, Ivson rasgou uma folha no plenário, em alusão ao regimento interno, e afirmou que os vereadores estariam rasgando o regimento da Câmara por não aprovar um requerimento, de sua autoria, onde o mesmo tinha como objetivo convocar o secretário de Meio Ambiente para prestar esclarecimentos sobre a sua pasta.

Assim que iniciou a reunião, após os trâmites legais, Caio Valace anunciou que o projeto de resolução não seria votado, por erro material. Conforme apurado pelo Tecle Mídia, o projeto não teria assinaturas suficientes para ir para a pauta da reunião.

Porém, a retirada do projeto da pauta não foi suficiente para conter os populares. Com cartazes de apoio ao vereador eles ocuparam as dependências do plenários e manifestaram dizendo: “estão tentando nos calar”, “não vão nos calar”, “a câmara é a casa do povo, não podemos aceitar essa atitude”. Isso porque caso o vereador seja punido, o mesmo perderá o direito da fala pessoal durante as reuniões plenárias e perderá sua imunidade parlamentar no prazo de 30 dias.

Diante das manifestações, o presidente da Câmara Caio Valace (Podemos) paralisou a reunião por alguns minutos, logo em seguida ele a reiniciou, porém ele exibiu um vídeo no telão do plenário mostrando o dia que o vereador Ivson rasgou o papel. Diante disso, ele voltou a inflamar as pessoas que estavam presentes na reunião que retornaram a manifestar. Após alguns minutos de manifestação, o presidente encerrou a reunião antes de votar os projetos e requerimentos.

A Guarda Municipal esteve presente, com vários agentes, com o objetivo de conter os populares, porém não foi necessária a atuação, pois a manifestação foi realizada de forma pacífica.

Ainda conforme apurado pela redação do Tecle Mídia, chegou uma ordem para a portaria da Câmara para barrar as pessoas que estavam do lado de fora, permitindo a entrada de 50 pessoas, mas o plenário do legislativo permite a ocupação de até 120 pessoas. Após a reivindicação das vereadoras Carol Canabrava (Avante), Heloisa Frois (Cidadania) e Silva Regina (PSC) a ordem foi revertida e mais pessoas entraram no prédio da câmara.

Em nota publicada no site da Câmara Municipal, a presidência alega que seguiu os trâmites legais, por este motivo a reunião foi encerrada.

Uma nova data deve ser comunicada ainda essa semana. Ainda não se sabe se o projeto será colocado para apreciação do plenário.

 

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