O cirurgião plástico Lucas Mendes, responsável pelo procedimento estético que terminou com uma mulher morta na madrugada desta terça-feira (25 de abril), em uma clínica do bairro Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, já foi denunciado por homicídio culposo pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), após outra paciente morrer em situação semelhante, em 2021, mas não era localizado pelos oficiais de Justiça.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), após várias tentativas de citação – procedimento formal de convocação dos envolvidos em uma ação penal -, somente no dia 23 de março deste ano o advogado do médico informou à Justiça o seu endereço, “após várias tentativas infrutíferas de citação”.
“Em 27/03, o juiz da 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte expediu mandado de citação. Esta é a última movimentação processual”, completou o tribunal.
As duas mortes foram registradas no Instituto Mineiro de Obesidade (IMO), localizado no bairro Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O procedimento mais recente aconteceu na segunda-feira (24) e, durante a madrugada, a vítima de 38 anos teria apresentado um quadro de “agitação motora e confusão mental”, evoluindo, em seguida, para uma parada cardiorrespiratória.
O relatório médico apontava que a vítima foi submetida a uma lipoescultura, procedimento que retira gordura e a distribui em outras partes do corpo, com o objetivo de obter um “melhor contorno corporal”. Já o IMO informou, por nota, que a mulher passou por “abdominoplastia e lipoaspiração”.
O procedimento é o mesmo que matou, em dezembro de 2021, a servidora pública . Por conta do procedimento o médico foi indiciado por homicídio culposo, pela Polícia Civil e, depois, denunciado à Justiça pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Segundo o processo, a morte teria ocorrido por “retirada excessiva de gordura”.
Procurado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) afirmou que o profissional estava com o registro em dia. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Minas Gerais (SBCP-MG) disse que “tomou conhecimento, pela imprensa, da morte de paciente após cirurgia plástica em Belo Horizonte” e garantiu que está acompanhando o caso e a apuração pelos órgãos competentes.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou inquérito para apurar o caso. “O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal dr André Roquette onde será submetido a necropsia e formal identificação”, informou.
Médico alega que procedimento ocorreu “sem intercorrência”
A defesa do médico informou, por meio de nota, que o procedimento ocorreu sem qualquer intercorrência. No entanto, cerca de 12 horas após a cirurgia, ela apresentou instabilidade, sendo atendida e medicada pela equipe médica do hospital e pelo cirurgião. “Após o agravamento do quadro e uma parada cardiorrespiratória, a paciente foi atendida pela equipe do SAMU, mas não resistiu e veio a óbito”, informou.
Também por meio de nota, a defesa garantiu que “o médico responsável é Cirurgião Plástico, devidamente filiado ao CRM-MG e membro da SBCP-MG. Possui todas as especializações necessárias para a realização da cirurgia”. A nota pode ser lida na íntegra ao término da reportagem.
Hospital disse que profissional estava capacitado
O advogado do IMO garante ainda que o profissional Lucas Mendes estava com o registro em dia junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) antes da operação realizada nesta segunda-feira (24). “Se eventualmente um médico que já operou aqui esteja com seu registro suspenso, a gente impede que ele opere aqui. É preciso estar com registro em dia para alugar o espaço”, garantiu.
Conforme o advogado, o hospital se solidariza com a família. Ele garantiu que o IMO irá colaborar com as investigações. “A paciente já foi para o IML e cabe agora a autoridade policial fazer uma perícia específica para saber a causa da morte. O momento é de acolhimento e solidariedade aos familiares. Nós temos total interesse de esclarecer o que houve”, completou.
Veja a nota do cirurgião plástico
Na última madrugada, ocorreu o falecimento de uma paciente de 38 anos, após ser submetida a cirurgia plástica no Hospital IMO, em Belo Horizonte. A paciente possuía boas condições de saúde e foi adequadamente informada dos riscos inerentes ao procedimento, dando seu pleno consentimento. Foram realizados todos os exames necessários para comprovação de sua indicação para a lipoescultura, não havendo qualquer fator que agravasse seu risco, ou contraindicasse a realização da cirurgia.
O procedimento durou cerca de 4 horas, e transcorreu sem qualquer intercorrência. A paciente acordou da sedação em condições normais de saúde, sem qualquer incômodo ou queixa. Cerca de 12 horas após a cirurgia, a paciente apresentou instabilidade, sendo atendida e medicada imediatamente pela equipe de plantão do hospital e pelo cirurgião. Após o agravamento do quadro e uma parada cardiorrespiratória, a paciente foi atendida pela equipe do SAMU, mas não resistiu e veio a óbito.
O médico responsável é Cirurgião Plástico, devidamente filiado ao CRM-MG e membro da SBCP-MG. Possui todas as especializações necessárias para a realização da cirurgia. Trata-se de uma lamentável fatalidade, que embora nunca seja esperada ou desejada, é prevista pela literatura médica como risco inerente da cirurgia à qual se submeteu a paciente, não havendo qualquer indicativo de culpa do cirurgião que atuou no caso, ou do hospital onde a cirurgia foi realizada.
A equipe está colaborando de todas as formas com as autoridades, e junto aos familiares, com todo o suporte cabível e necessário. Através do nosso departamento jurídico, lamentamos profundamente a fatalidade ocorrida, e nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.
Veja a nota do cirurgião plástico na íntegra:
Na última madrugada, ocorreu o falecimento de uma paciente de 38 anos, após ser submetida a cirurgia plástica no Hospital IMO, em Belo Horizonte. A paciente possuía boas condições de saúde e foi adequadamente informada dos riscos inerentes ao procedimento, dando seu pleno consentimento. Foram realizados todos os exames necessários para comprovação de sua indicação para a lipoescultura, não havendo qualquer fator que agravasse seu risco, ou contraindicasse a realização da cirurgia.
O procedimento durou cerca de 4 horas, e transcorreu sem qualquer intercorrência. A paciente acordou da sedação em condições normais de saúde, sem qualquer incômodo ou queixa. Cerca de 12 horas após a cirurgia, a paciente apresentou instabilidade, sendo atendida e medicada imediatamente pela equipe de plantão do hospital e pelo cirurgião. Após o agravamento do quadro e uma parada cardiorrespiratória, a paciente foi atendida pela equipe do SAMU, mas não resistiu e veio a óbito.
O médico responsável é Cirurgião Plástico, devidamente filiado ao CRM-MG e membro da SBCP-MG. Possui todas as especializações necessárias para a realização da cirurgia. Trata-se de uma lamentável fatalidade, que embora nunca seja esperada ou desejada, é prevista pela literatura médica como risco inerente da cirurgia à qual se submeteu a paciente, não havendo qualquer indicativo de culpa do cirurgião que atuou no caso, ou do hospital onde a cirurgia foi realizada.
A equipe está colaborando de todas as formas com as autoridades, e junto aos familiares, com todo o suporte cabível e necessário. Através do nosso departamento jurídico, lamentamos profundamente a fatalidade ocorrida, e nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.