Veja o que se sabe sobre o soterramento que matou 4 pessoas em obra no Belvedere

Vítimas do soterramento: Zacarias, Roberto, Juliana e Rafael — Foto: Reprodução / Redes sociais

Quatro pessoas morreram soterradas enquanto trabalhavam na obra do supermercado Verdemar, no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, nessa terça-feira (17 de outubro). Um outro homem foi socorrido com ferimentos para um hospital da capital mineira. Aproximadamente 20 funcionários estavam no local quando um talude de contenção se desprendeu e soterrou cinco pessoas. Veja, a seguir, o que se sabe sobre o caso.

Como ocorreu o deslizamento?

Segundo o Corpo de Bombeiros, a tragédia ocorreu após um talude (plano de terreno inclinado que serve como base de sustentação ao solo) de 3 metros de altura se desprender. A terra que desceu do barranco soterrou e encobriu as vítimas.

A causa do acidente é investigada, e a Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias. “Assim que acionada, deslocou ao local dos fatos equipe de perícia oficial para realização dos primeiros levantamentos”, informou a instituição, em nota.

Quem são as vítimas

As vítimas são os operários Roberto Mauro da Silva, de 55 anos, Zacarias Evangelista Fonseca, de 59, e Rafael Pereira Barbosa, de 35, além da engenheira Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30.

Um outro operário, de 23 anos, também foi soterrado, mas foi socorrido com vida para o Hospital Odilon Behrens, em BH. O estado de saúde dele não foi informado.

Trinca foi vista 

Um agente da Defesa Civil de Belo Horizonte informou que operários perceberam uma trinca no terreno momentos antes do desabamento. Conforme Marcos Vinícius Vitório, o fato deveria ter sido comunicado, imediatamente, à Defesa Civil.

“Segundo informações de um técnico de segurança [que trabalhava na obra], ele percebeu a trinca no terreno. Quando isso é observado é de suma importância acionar o órgão para fazer avaliações e evitar danos secundários”, explicou o especialista.

A trinca foi vista durante o café da manhã. “Quando foram fazer as contenções do talude, a estrutura se movimentou. Em hora nenhuma a Defesa Civil foi informada. Se [alguém] tivesse ligado [para o órgão], poderia ter evitado o desastre. Eu não atribuo o ocorrido a erro [humano], mas um acidente, pois [a trinca] foi percebida pela manhã, tanto que tentaram fazer a intervenção, que era para estabilizar o talude”.

Obra foi interditada 

Defesa Civil interditou a obra do supermercado Verdemar temporariamente e novas vistorias serão realizadas. “A Defesa Civil esteve no local e isolou a área do acidente. Responsáveis [foram] notificados para providenciar medidas de segurança e mitigação dos riscos. A causa do acidente será apurada pela Polícia Civil”, informou a instituição, em nota.

A obra, conforme a prefeitura da capital, estava regular, com alvará ativo. “O comunicado de obra ocorreu em 14/09, sendo de responsabilidade do Responsável Técnico – RT a estabilidade e demais assuntos referentes ao projeto e estrutura”, acrescentou.

Por meio de nota, o supermercado Verdemar, em conjunto com a Construtora Kaeng, responsável pela obra, lamentou o ocorrido e garantiu que irá prestar toda a assistência às vítimas e seus familiares. “A obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás e licenças, indicando se tratar de uma fatalidade”, informou.

Crea-MG 

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) vai investigar as circunstâncias do acidente. “As apurações realizadas até o momento indicam que a obra estava em situação regular, com apresentação de responsável técnico e as devidas Anotações de Responsabilidade Técnica (ART)”, informou o Crea-MG, em nota.

A apuração sobre o ocorrido continua e, segundo o Conselho, as informações levantadas serão encaminhadas para a Câmara Especializada de Engenharia Civil, onde será verificada as “responsabilidades em relação ao sinistro ocorrido nesta data”.

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