Pessoas procuram hospital em Belo Horizonte com problemas na visão após eclipse solar

A Santa Casa de BH recebeu seis pessoas com manchas nos olhos após assistirem o eclipse solar que ficou visível no último sábado (Lucas Negrisoli/BHAZ)

A Santa Casa de Belo Horizonte registrou a entrada de seis pessoas ao longo desta semana, todas com queixas relacionadas à visão e manchas nos olhos após assistirem ao eclipse solar que ocorreu no último sábado (14), sem a devida proteção. Os pacientes em questão têm idades que variam de 10 a 20 anos e já receberam alta, de acordo com informações do hospital.

O oftalmologista e coordenador do Ambulatório Especializado de Oftalmologia Santa Casa BH, Luis Felipe Carneiro, explicou que os pacientes que procuraram atendimento apresentaram escotoma central, que se manifesta como uma mancha no centro da visão. Normalmente, essa mancha não surge instantaneamente, mas, em geral, aparece após algumas horas, podendo levar até 24 horas.

A gravidade da mancha na visão está diretamente relacionada ao tempo que as pessoas olharam diretamente para o Sol durante o eclipse. Luis Felipe Carneiro afirmou: “Aqueles que tiveram uma grande exposição procuram o Pronto Atendimento mais rapidamente. Em menos de 24 horas após o eclipse, já tivemos um caso.”

O médico esclarece que as pessoas às vezes demoram a associar os sintomas aos danos causados pelo eclipse, destacando a importância da divulgação dos casos para que as pessoas busquem atendimento médico o mais rápido possível.

“Os sintomas evoluem da seguinte forma: inicialmente, surge a mancha no centro da visão, que pode ficar escura e com o tempo vai clareando. É como se tivesse vários papéis de seda na frente do olho, que vão sendo retirados depois,” acrescentou Luis Felipe.

Para assistir ao eclipse solar, muitas pessoas usaram métodos improvisados para proteger a visão, como óculos de sol ou até mesmo exames de raio X. No entanto, o médico da Santa Casa de Belo Horizonte alerta que nem todos esses métodos são adequados para observar o fenômeno com segurança.

Ele enfatiza a importância de seguir as orientações do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que amplamente divulgou que, ao observar um eclipse, é fundamental usar Equipamento de Proteção Individual (EPI) apropriado, como os óculos de proteção número 14, similares aos utilizados por soldadores.

Em relação ao próprio eclipse solar, trata-se de um fenômeno que ocorre quando a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, projetando uma sombra parcial ou total sobre a estrela central do nosso sistema solar. Existem quatro categorias de eclipses solares: total, anular, parcial e híbrido. O eclipse de sábado passado foi classificado como anular, marcado por um “anel de fogo” ao redor da Lua.

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