O verão deste ano começa em 22 de dezembro (sexta-feira) de 2023 e vai até 20 de março de 2024 (quarta-feira). O início do verão marca o dia mais longo do ano no Hemisfério Sul, quando o Sol atinge sua maior declinação em relação à linha do Equador. Depois do solstício de verão, os dias começam a ficar gradualmente mais curtos.
Recordes
O ano de 2023 ficará marcado como o ano mais quente da história devido aos efeitos das mudanças climáticas, segundo especialistas. A tendência é de que o fenômeno do El Niño e do aquecimento global continuem fazendo efeito no verão com novos eventos meteorológicos incomuns no Brasil.
As mudanças climáticas causaram, neste ano, tornado no Sul, seca histórica no Amazonas, incêndios no Pantanal e temperaturas muito acima da média no Sudeste. Eventos extremos também são esperados na próxima estação.
Previsões para o verão 2023/2024
O meteorologista Vinícius Lucyrio, do Climatempo, sugere as seguintes tendências na previsão do tempo para o verão 2023/2024 no Brasil:
Temperaturas mais altas:
Devido à influência do fenômeno El Niño, o verão será mais quente do que o normal em todo o Brasil. O aquecimento global também é mencionado como um fator adicional.
Chuvas irregulares:
O padrão de chuva será caracterizado por chuvas fortes e irregulares, em vez de chuvas que se estabelecem e persistem por períodos prolongados – como é comum no verão. Esse fenômeno vai impactar diferentes regiões de maneira variável.
- Menos chuvas no Sudeste e Centro-Oeste: A presença do El Niño dificultará a formação e a permanência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), responsável por períodos de chuva generalizada sobre o Sudeste e o Centro-Oeste.
- Menos chuva no Norte e no Nordeste: O Norte do Brasil continuará com chuvas abaixo da média na maior parte da região. No Nordeste, especialmente na porção norte, pode haver chuva abaixo da média e temperaturas acima do normal, contribuindo para agravamento da seca.
- Chuva irregular no Centro-Oeste: No Centro-Oeste, a expectativa é de chuva muito irregular, abaixo da média em algumas áreas, especialmente em Mato Grosso.
- Alívio das chuvas no Sul: A Região Sul terá um alívio nas chuvas intensas em janeiro e fevereiro, mas, em março, há a possibilidade de chuvas volumosas e persistentes novamente.
Eventos extremos:
Há risco de eventos climáticos extremos, mas a diferença entre o que está sendo observado atualmente e o pico de intensidade do El Niño não deve causar um aumento significativo na intensidade desses eventos.
Duração do El Niño:
O El Niño deve atingir o pico de intensidade entre dezembro e janeiro, perdendo gradualmente força até fevereiro. A previsão é de que o Pacífico Equatorial volte para uma fase neutra entre abril e maio, mas os efeitos atmosféricos podem persistir até o início do inverno de 2024.
O que é o El Ninõ?
O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e tem impactos significativos nos padrões climáticos globais, como chuvas intensas, secas, inundações, ondas de calor, furacões e aquecimento das águas do oceano.
A palavra “El Niño” significa “O Menino” em espanhol – em uma referência ao “Menino Jesus”, porque muitas vezes o fenômeno era observado próximo à época do Natal, justamente quando acontece o verão no Brasil e no Hemisfério Sul.
Os pescadores peruanos foram os primeiros a notar mudanças nas condições climáticas na região durante esse evento, especialmente pela diminuição da pesca de anchovas.
A causa primária do El Niño está relacionada a mudanças na distribuição de temperatura da superfície do oceano no Pacífico Equatorial e ocorre periodicamente, geralmente a cada 2 a 7 anos.
El Ninõ x Aquecimento global
É importante ressaltar que o El Ninõ e o aquecimento global são fenômenos climáticos distintos, embora ambos estejam relacionados às mudanças climáticas. A diferença é que o primeiro tem causas naturais e o outro não.
O aquecimento global é atribuído principalmente às atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa.
No entanto, há evidências científicas que sugerem que o aquecimento global pode influenciar o comportamento do El Niño. Isso significa que o fenômeno natural pode ser mais intenso em termos de aquecimento das águas do oceano e de suas consequências climáticas, bem como sua duração.