Estudos do CPRM apontaram, em maio de 2019, que a principal causa para o surgimento das rachaduras nos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Parto e Farol foi a mineração da Braskem para extração de sal-gema, um tipo de cloreto de sódio utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. Desde o surgimento das primeiras rachaduras em casas e prédios, em 2018, mais de 14 mil imóveis foram desocupados em cinco bairros de Maceió, afetando mais de 55 mil pessoas.
Apenas neste mês, houve cinco abalos sísmicos sentidos no Mutange, Bebedouro e Pinheiro, segundo a Defesa Civil Municipal, que na quarta-feira alertou para “risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas”. Na terça-feira (28), a Defesa Civil emitiu uma recomendação para que seja evitada a circulação de pessoas e de embarcações na região do Mutange. Uma cratera se abriu em uma das minas da Braskem, na área urbana.
Na quarta-feira, o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), acionou o CPRM e convocou uma reunião do Gabinete de Crise do governo estadual. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), decretou situação de emergência por 180 dias. Com isso, autoridades administrativas e agentes de Defesa Civil poderão atuar emergencialmente em imóveis residenciais e comerciais para atendimento ou para determinar evacuação. A medida permite ainda a captação de recursos e compras necessárias às atividades de resposta ao desastre com mais celeridade.
Por meio de nota, a Braskem disse que a movimentação no solo foi registrada “em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro”, que foi isolada preventivamente.