Fruto de duas investigações que apuram denúncias de estupro de vulnerável, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu, nesta quarta-feira (31/10), os mandados de prisão dos alvos. Os crimes foram praticados em Belo Horizonte e um dos investigados, que se encontrava foragido, foi localizado em Buenópolis, no Vale do Jequitinhonha. O outro foi preso no bairro Alípio de Melo, na região Noroeste da capital, onde também foi cumprido mandado de busca e apreensão, e recolhidos equipamentos eletrônicos.
As investigações são das Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) que integram o Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam). A chefe do Defam, delegada-geral Carolina Bechelany, ressaltou a peculiaridade do estupro de vulnerável. “Em crimes desta natureza, diferente dos demais, o autor não tem um perfil. Muitas vezes é uma pessoa próxima, de confiança da família. Ao terem conhecimento de fatos desta natureza, procure imediatamente a delegacia”, garantiu.
A delegada Renata Ribeiro, chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente, chamou atenção para um ponto em comum dos dois casos que culminaram na prisão dos suspeitos. “Em 90% das situações que envolvem crianças e adolescentes, o autor está perto, dentro da casa da criança, e tem convívio com ela. Então, pais e responsáveis fiquem vigilantes, conversem, orientem, fiquem atentos para o relato da criança. Normalmente, a pessoa que pratica esse tipo de crime tem uma relação e inspira confiança para a vítima”, alertou.
Prisão em Buenópolis
Em uma ação conjunta da equipe da Depca Barreiro com os policiais civis da cidade de Buenópolis foi possível localizar e cumprir o mandado de prisão preventiva do investigado, de 22 anos, por estupro de vulnerável. O crime ocorreu em julho de 2023 no bairro Diamante, em Belo Horizonte, e o suspeito, que se encontrava foragido, foi preso no município do Vale do Jequitinhonha.
A vítima é uma adolescente, de 13 anos, e o homem, conhecido da família, teria usado de violência e grave ameaça contra ela para praticar o crime. Ainda, familiares da vítima vinham sendo ameaçados por familiares dele.
A delegada Thalita Caldeira, que presidiu o inquérito, relatou como iniciou a investigação. “Alguns dias após os fatos, a mãe da vítima procurou a delegacia para pedir providências. Por meio de oitivas de testemunhas, envolvidos, inclusive o investigado, e provas periciais foi possível identificar a materialidade delitiva”, pontuou.
“O suspeito era conhecido e frequentava os eventos da família. Em uma determinada ocasião, sabendo que a vítima estava sozinha em casa, foi ao imóvel e forçou a vítima a manter relação sexual com ele”, informou a delegada. Ela explicou ainda que, diante da mudança de comportamento e da forma de caminhar da adolescente, identificadas pela diretora da escola onde a vítima estudava, a família foi chamada e os fatos revelados à Polícia Civil.
Com a denúncia, foi instaurado o inquérito policial, e as investigações resultaram na prisão do suspeito, que estava na casa dos pais, em Buenópolis. Ele se encontra no sistema prisional à disposição da Justiça.
Prisão em BH
Pela Depca Noroeste, o investigado, de 60 anos, foi preso na residência dele, na capital, assim que decretada a prisão preventiva por estupro de vulnerável. Até o momento, quatro vítimas foram identificadas pela Polícia Civil. A equipe da Depca também cumpriu mandado de busca e apreensão no local da prisão e no sítio de propriedade do suspeito, em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Essa investigação iniciou-se em novembro de 2023, quando a PCMG foi acionada pela mãe de uma das vítimas que atualmente tem 15 anos. O homem ainda é investigado por pornografia infantil, razão pela qual foram recolhidos equipamentos eletrônicos que seguem para análise pericial.
De acordo com o delegado Diego Lopes, responsável pela investigação, o homem teria praticado o crime contra, pelo menos, quatro vítimas. “Essas vítimas são crianças e adolescentes, de 10 a 17 anos, que possuíam um convívio muito estreito com a família do investigado, contudo sem vínculo sanguíneo com ele. Uma delas é a filha do primeiro relacionamento da nora; ele abusava da irmã da namorada da filha dele, da filha da caseira do sítio e de uma amiga das crianças que frequentavam a casa da família”, detalhou.
Segundo os fatos noticiados, os episódios de violência sexual aconteceram em viagens e em imóveis do suspeito. “Os abusos ocorriam nos encontros familiares, na casa ou no sítio dele em Igarapé, sob o pretexto que ele iria levar as crianças para tomar banho de piscina. Pelo excesso de confiança, ele viajava e ficava sozinho com as meninas. O homem também presenteava, dava dinheiro e levava as vítimas para tomar sorvete. Ele usava esses métodos para ganhar a confiança e abusar dessas crianças”, considerou Lopes.
O suspeito está preso preventivamente pela prática de possível estupro de vulnerável e exploração sexual infantil e segue sendo investigado em quatro inquéritos.
