Um motorista de aplicativo, de 47 anos, foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, em decorrência de um incidente de trânsito ocorrido em abril do ano passado, no bairro Floramar, na região Norte de Belo Horizonte. O instrutor de autoescola, Alessandro Gomes de Carvalho, de 48 anos, foi vítima do trágico evento.
O crime aconteceu enquanto Alessandro estava ministrando uma aula para um aluno em um Fiat Mobi, que colidiu com um Voyage, dirigido pelo motorista de aplicativo. Segundo testemunhas, após a batida, o condutor do aplicativo teria se recusado a realizar o boletim de ocorrência. Neste contexto, Alessandro teria pulado em cima do capô do Voyage, sendo arrastado, caindo do veículo e sofrendo ferimentos fatais na cabeça. Ele veio a óbito dias depois.
O motorista alegou, na época, que agiu em legítima defesa, alegando que Alessandro estava extremamente agressivo. No entanto, esta versão foi contestada pela Polícia Civil.
O delegado Rodrigo Fagundes, responsável pelo caso, declarou em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1º): “Ele assumiu o risco de matar com a sua atitude”. O delegado destacou que as marcas no Voyage, que supostamente indicariam agressividade por parte do instrutor, não foram encontradas. Além disso, testemunhas relataram que não houve conflito visível entre os dois envolvidos.
Apesar das acusações e do indiciamento, o motorista de aplicativo permanece em liberdade. O delegado justificou a decisão, explicando que o motorista não foi preso devido à legislação que prevê a prisão em flagrante, e, ao final das investigações, não foram encontrados elementos suficientes para solicitar a prisão preventiva.
O caso continua sob investigação, e o desfecho dessa tragédia aguarda os desdobramentos do processo judicial.