Sete Lagoas será centro de produção de 420 viaturas blindadas para o Exército Brasileiro

Equipado com a SARC REMAX 4 (Foto Ares)

Nesta sexta-feira (5), foi oficializado o contrato para a aquisição de 420 unidades da viatura blindada multitarefa – leve sobre rodas (VBMT-LSR) 4X4 Guaicurus entre o Exército Brasileiro (EB) e a IDV Latin America (IDV LATAM). A assinatura ocorreu na sede da Diretoria de Fabricação (DF), no Rio de Janeiro (RJ), pelo general-de-divisão Tales Eduardo Areco Villela, diretor de fabricação do Exército, e Humberto Marchioni Spinetti, presidente da IDV LATAM.

As viaturas serão produzidas na unidade da empresa em Sete Lagoas (MG), utilizando uma grande quantidade de componentes de fabricação nacional, o que diminui a dependência logística externa. A previsão é que as primeiras unidades sejam entregues em 2026.

“O novo contrato de obtenção por nacionalização da viatura Guaicurus pelo Exército Brasileiro é um marco significativo na estratégia de defesa nacional. Com foco no conteúdo nacional, podendo atingir 50%, a parceria fortalece a capacidade industrial do Brasil e promove o desenvolvimento tecnológico do país. A produção local de 420 viaturas na IDV impulsiona a economia interna, gerando empregos e fomentando o desenvolvimento tecnológico. Assegura que as Forças Armadas estejam dotadas de equipamentos de última geração, adaptados às necessidades específicas do território brasileiro. Esse compromisso com a nacionalização reforça a soberania nacional e contribui para a absorção de conhecimentos na fabricação de blindados pela Força Terrestre e o avanço contínuo das capacidades industriais do Brasil no setor de defesa”, declarou o general Tales Villela.

Humberto Spinetti, presidente da IDV LATAM, comentou: “Este é mais um marco importante na sólida parceria entre o Exército Brasileiro e a IDV, que inclui até o momento o fornecimento de mais de 700 unidades da viatura blindada anfíbia Guarani 6X6 e 32 unidades da viatura blindada multitarefas LMV-BR. Estamos honrados em poder contribuir na modernização dos meios do EB e no enriquecimento tecnológico da BID”.

Atualmente, a Força Terrestre possui 48 viaturas do tipo LMV (“Light Multirole Vehicle”), sendo 16 da versão Lince K2, adquiridos usados do Exército Italiano em 2018, no âmbito da Intervenção Federal no Rio de Janeiro, e 32 Guaicurus (LMV-BR), provenientes de uma concorrência internacional. A versão adquirida agora é a LMV-BR2 (LMV2), com melhor desempenho, maior capacidade de carga útil, confiabilidade e segurança aprimorada.

Essas viaturas, consagradas internacionalmente pelo elevado nível de proteção para sua tripulação, serão utilizadas em diversas funções nas brigadas mecanizadas do Exército, substituindo modelos mais antigos, como os Agrale AM11 e AM21, que não possuem proteção balística.

Todas as viaturas serão equipadas com o sistema gerenciador de Plataforma (SGP) PROTEUS e armamento, sendo previsto que 105 (25% do total) tenham sistemas de armas remotamente controlados (SARC) REMAX 4, produzidas pela Ares Aeroespacial e Defesa. As restantes terão torres manuais do tipo “meia cúpula”.

Em outubro de 2022, o EB adquiriu 258 torres Platt MR550 Bi-Metal, sendo 24 do tipo “meia cúpula”, para as viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6X6 Guarani e nas VBMT 4X4 Guaicurus adquiridas em 2018. Para este contrato, prevê-se a aquisição de até 315 unidades deste sistema, com a possibilidade de utilização de um equipamento nacional: a REMAN.

Atualmente, a torre manual REMAN já foi adotada pelo EB e está em uso. Segundo Frederico Medella, diretor comercial e marketing da Ares, a versão “meia cúpula” do Guaicurus está em fase final de projeto e deve começar a ser produzida ainda neste ano, com testes previstos para o primeiro trimestre de 2025.

A adoção da REMAN no Guaicurus aumentaria a participação da indústria nacional neste programa de aquisição. A REMAN já possui três versões disponíveis para o Guarani: “cúpula completa”, “meia cúpula” e “escudo”. Devido ao menor peso do Guaicurus, a nova versão está sendo desenvolvida para não comprometer a capacidade de carga da viatura.

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