O Ministério Público de Goiás pediu à Justiça a quebra do sigilo telefônico e de dados da médica neurologista Claudia Soares Alves, suspeita de sequestrar uma recém-nascida na semana passada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Ela foi presa em Itumbiara, em Goiás, a cerca de 135km de onde ocorreu o sequestro.
O pedido do Ministério Público, apresentado na última sexta-feira (26 de julho), vai ser analisado pela 2ª Vara Criminal de Itumbiara. A solicitação da quebra de sigilo é comum durante as investigações feitas tanto pelo Ministério Público, quanto pela Polícia Civil. A reportagem procurou o Ministério Público de Goiás para entender o que motivou o pedido e aguarda resposta.
A médica está presa preventivamente após passar por audiência de custódia na quinta-feira (25 de julho). Na ocasião, a Justiça determinou sigilo no processo principal, já que envolve criança. A defesa da médica disse que vai solicitar à Justiça o exame para atestar incidente de insanidade mental. Segundo os advogados, a mulher sofre de transtorno afetivo bipolar, atestado por laudo médico, e não tinha ‘capacidade de discernir’ suas ações no momento do sequestro.
A criança recebeu alta na última sexta-feira e foi para a casa ao lado da mãe. As investigações iniciais mostram que a médica apresentou identidade falsa no hospital, primeiro como enfermeira e depois como pediatra. Ela teria colocado Isabela em uma mochila e levado a bebê para casa, onde havia um enxoval pronto para receber uma menina. Segundo Edison Júnior, pai da menina, a médica entrou no quarto e perguntou se precisavam de alguma coisa. “Minha menininha já estava com fome e não estava pegando o peito ainda. E aí eu aproveitei e falei: se você puder trazer aquela fórmula, aquele leite lá no copinho. Foi a brecha que ela precisava”, contou o motorista ao Fantástico.
A médica, então, teria levado a criança para uma sala de receituário do hospital, onde não havia câmeras. A suspeita é que tenha saído de lá com Isabela na mochila. Antes disso, de acordo com as apurações da polícia, ela passou por outros quartos em que outras mães estavam com recém-nascidos do sexo masculino, que aparentemente não interessavam a ela. (Com Folhapress)Veja cronologia do sequestro:
Terça-feira, 23 de julho, 23h23
Este foi o horário de registro de entrada da médica no HC de Uberlândia, antes do sequestro. O documento da ocorrência consta que a forma como a suspeita se apresentou deixou a profissional da portaria do hospital desconfiada. A mulher disse que iria cobrir o serviço de outra médica que teria faltado e apresentou um crachá de funcionária.
Após a sua entrada, no entanto, a profissional da portaria ligou para o setor e teve a confirmação que o quadro estava completo e não havia necessidade de substituição. Neste momento, a funcionária acionou os seguranças do HC de Uberlândia, mas a suspeita agiu mais rápido.23h40, dez minutos depois
O relato do pai da recém-nascida aos policiais data que, às 23h40, 10 minutos após a entrada no hospital, a médica entrou no alojamento da maternidade onde o casal estava com a bebê. A suspeita perguntou à puérpera se ela estaria dando leite e, em seguida, pegou a neném, dizendo que iria levá-la para “alimentá-la no copinho”.
O pai da recém-nascida aguardou a médica retornar, mas estranhou a demora. Ele viu a mulher sair com um cobertor nas mãos e a mochila nas costas, mas ela disse à ele que uma enfermeira estaria alimentando a sua filha. Neste momento, a médica se dirigia à saída do HC de Uberlândia.
23:54, horário de saída da médica do hospital
Os militares ouviram um vigilante do local. Segundo o seu relato, após ser acionado pela profissional da portaria, procurou a médica e a encontrou saindo de um banheiro no setor de pediatria. O funcionário a questionou e ouviu que a suposta substituição não seria necessária e, por isso, ela já estava de saída.
O Ministério Público de Goiás pediu à Justiça a quebra do sigilo telefônico e de dados da médica neurologista Claudia Soares Alves, suspeita de sequestrar uma recém-nascida na semana passada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Ela foi presa em Itumbiara, em Goiás, a cerca de 135km de onde ocorreu o sequestro.
O pedido do Ministério Público, apresentado na última sexta-feira (26 de julho), vai ser analisado pela 2ª Vara Criminal de Itumbiara. A solicitação da quebra de sigilo é comum durante as investigações feitas tanto pelo Ministério Público, quanto pela Polícia Civil. A reportagem procurou o Ministério Público de Goiás para entender o que motivou o pedido e aguarda resposta.
A médica está presa preventivamente após passar por audiência de custódia na quinta-feira (25 de julho). Na ocasião, a Justiça determinou sigilo no processo principal, já que envolve criança. A defesa da médica disse que vai solicitar à Justiça o exame para atestar incidente de insanidade mental. Segundo os advogados, a mulher sofre de transtorno afetivo bipolar, atestado por laudo médico, e não tinha ‘capacidade de discernir’ suas ações no momento do sequestro.
A criança recebeu alta na última sexta-feira e foi para a casa ao lado da mãe. As investigações iniciais mostram que a médica apresentou identidade falsa no hospital, primeiro como enfermeira e depois como pediatra. Ela teria colocado Isabela em uma mochila e levado a bebê para casa, onde havia um enxoval pronto para receber uma menina. Segundo Edison Júnior, pai da menina, a médica entrou no quarto e perguntou se precisavam de alguma coisa. “Minha menininha já estava com fome e não estava pegando o peito ainda. E aí eu aproveitei e falei: se você puder trazer aquela fórmula, aquele leite lá no copinho. Foi a brecha que ela precisava”, contou o motorista ao Fantástico.
A médica, então, teria levado a criança para uma sala de receituário do hospital, onde não havia câmeras. A suspeita é que tenha saído de lá com Isabela na mochila. Antes disso, de acordo com as apurações da polícia, ela passou por outros quartos em que outras mães estavam com recém-nascidos do sexo masculino, que aparentemente não interessavam a ela. (Com Folhapress)
Veja cronologia do sequestro:
Terça-feira, 23 de julho, 23h23
Este foi o horário de registro de entrada da médica no HC de Uberlândia, antes do sequestro. O documento da ocorrência consta que a forma como a suspeita se apresentou deixou a profissional da portaria do hospital desconfiada. A mulher disse que iria cobrir o serviço de outra médica que teria faltado e apresentou um crachá de funcionária.
Após a sua entrada, no entanto, a profissional da portaria ligou para o setor e teve a confirmação que o quadro estava completo e não havia necessidade de substituição. Neste momento, a funcionária acionou os seguranças do HC de Uberlândia, mas a suspeita agiu mais rápido.
23h40, dez minutos depois
O relato do pai da recém-nascida aos policiais data que, às 23h40, 10 minutos após a entrada no hospital, a médica entrou no alojamento da maternidade onde o casal estava com a bebê. A suspeita perguntou à puérpera se ela estaria dando leite e, em seguida, pegou a neném, dizendo que iria levá-la para “alimentá-la no copinho”.
O pai da recém-nascida aguardou a médica retornar, mas estranhou a demora. Ele viu a mulher sair com um cobertor nas mãos e a mochila nas costas, mas ela disse à ele que uma enfermeira estaria alimentando a sua filha. Neste momento, a médica se dirigia à saída do HC de Uberlândia.
23:54, horário de saída da médica do hospital
Os militares ouviram um vigilante do local. Segundo o seu relato, após ser acionado pela profissional da portaria, procurou a médica e a encontrou saindo de um banheiro no setor de pediatria. O funcionário a questionou e ouviu que a suposta substituição não seria necessária e, por isso, ela já estava de saída.
O vigilante disse aos policiais que não tem autorização para efetuar buscas pessoais nos profissionais do HC e, como a mulher estava com trajes de funcionária e crachá, a acompanhou até a saída, a assistindo deixar a unidade às 23h54.
02:09, sequestradora é passa por pedágio na rodovia BR-365
Imagens rastrearam a passagem da médica, em um veículo Toyota Corolla, pela rodovia BR-365, ao passar por um pedágio para chegar a Itumbiara. Flagrante ajudou a polícia a chegar até a suspeita.
Manhã de quarta-feira (24)
Suspeita é localizada e presa em Itumbiara, no Goiás, que fica a cerca de 134 km da cidade onde o crime ocorreu. Recém-nascida é recuperada e levada para hospital da região, onde passou por exames.Assista ao vídeo:
Segundo a PM, a mulher saiu da porta do hospital com a bebê dentro da mochila e fugiu em um carro vermelho.Quem é a médica?
A médica neurologista Claudia Soares Alves, de 42 anos, suspeita de sequestrar uma recém-nascida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), vai passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (25 de julho). O caso aconteceu na noite de terça-feira (23), quando a mulher se passou por funcionária do hospital para levar a criança. A pequena foi localizada pela polícia em Itumbiara, em Goiás, cerca de 134 km da cidade onde o crime ocorreu, e a suspeita foi presa.
Na mesma postagem, a suspeita do sequestro agradeceu as conquistas e se comprometeu com a profissão. “Sinto uma imensa gratidão por tudo o que está acontecendo em minha vida. Continuo comprometida com minha paixão pela neurologia, atendendo de terça a quinta-feira em Itumbiara, onde tenho a oportunidade de contribuir para o bem-estar da nossa comunidade. É uma alegria imensa poder unir meu trabalho na universidade e na clínica, promovendo saúde e educação”. Conforme consulta ao site do Conselho Regional de Medicina (CRM), a inscrição da médica consta como regular (inclusive com relação à especialização em neurologia).
Segundo o currículo disponível no site da clínica de Claudia, o título de especialista em neurologia foi registrado junto ao Ministério da Educação (MEC) em 2011. Já a graduação em medicina foi concluída em 2004 na “Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (atual Universidade Federal do Triângulo Mineiro — Uberaba-MG) em novembro de 2004”.
Dicas nas redes
O Instagram da médica traz informações sobre doenças relacionadas à neurologia como: enxaqueca, Acidente Vascular Cerebral (AVC), insônia, prevenção de problemas neurológicos em crianças, uso medicinal da cannabis para doenças neurológicas. Além disso, ela esclarece dúvidas frequentes sobre doenças neurológicas. Em uma das postagens, ela incentiva que os seguidores busquem cuidar da saúde mental.
O que diz o HC de Uberlândia?
“O HC-UFU informa que por volta da meia noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá institucional, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.
Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.
O HC já iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso.”
O que diz a Polícia Civil?
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que, na noite de ontem (23/7), em um hospital situado no município de Uberlândia, uma mulher de 42 anos, que se passou por médica pediatra, entrou no quarto, onde estava uma recém-nascida, levando-a do quarto da mãe. Em seguida, a suspeita entrou em um banheiro, colocou a bebê em uma mochila e saiu do hospital.
Em operação conjunta da PCMG com a PCGO foram realizadas diligências e, em menos de 24h, a bebê foi localizada no município de Itumbiara GO, na manhã de hoje (24/7), e a suspeita do crime foi presa pela Polícia Civil de Goiás.
Outras informações poderão ser prestadas com o avanço dos trabalhos de polícia judiciária.”