Polícia prende integrante da Mancha Verde suspeito de participar de emboscada contra cruzeirenses

Emboscada ocorreu no último domingo, dia 27. (Imagem: Reprodução/TV Globo)

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (1º) um dos torcedores do Palmeiras e integrante da torcida organizada Mancha Alviverde, suspeito de participar de uma emboscada contra cruzeirenses no último domingo (27). Alekssander Ricardo Tancredi foi, até agora, o único detido pelas autoridades policiais.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (1º) um dos torcedores do Palmeiras e integrante da torcida organizada Mancha Alviverde, suspeito de participar de uma emboscada contra cruzeirenses no último domingo (27). Alekssander Ricardo Tancredi foi, até agora, o único detido pelas autoridades policiais.

A Polícia Civil esclareceu que capturou um sétimo suspeito envolvido no ataque ao ônibus de torcedores do Cruzeiro, com prisão temporária decretada pela Justiça, na Freguesia do Ó. Ele foi conduzido à 6a DEATUR/ Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), onde será ouvido e permanecerá detido, à disposição da Justiça.

Ainda de acordo com o órgão, as diligências prosseguem para a localização dos outros envolvidos e cumprimento dos mandados de prisão.

O nome de Alekssander , inicialmente, não constava na lista dos investigadores como um dos executores da emboscada e não estava entre os seis torcedores identificados pela polícia.

Além dele, um outro colega teve pedidos de prisão temporária decretados. Agora, no total, são oito palmeirenses que devem responder pelos crimes.

O que aconteceu com o ônibus que levava cruzeirenses?

O ônibus que transportava torcedores do Cruzeiro saiu de Curitiba, no Paraná, onde o grupo acompanhou a partida contra o Athletico Paranaense, pelo Campeonato Brasileiro, nesse sábado (26). O veículo tinha como destino Minas Gerais. Por volta das 5h, o coletivo foi interceptado enquanto passava pelo quilômetro 66 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo.

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os criminosos espalharam, na rodovia, pregos conhecidos popularmente como miguelitos, para furar os pneus do ônibus, que, em seguida, foi incendiado. O grupo também usou bombas a rojões caseiros no ataque. Vídeos mostram o grupo disparando uma série de rojões contra o veículo.

Quem são as vítimas do ataque ao ônibus do Cruzeiro?

Cruzeirenses foram torturados pelos agressores. Vídeos gravados no local mostram homens caídos pela rodovia, enquanto os criminosos os espancavam com barras de ferro e de madeira. Pelas gravações, também é possível ver vítimas implorando por socorro. Algumas delas estavam ensanguentadas e seminuas. Fotos mostram as camisas dos torcedores celeste sob posse dos agressores.

Até às 13h, a PRF havia identificado 18 feridos no ataque. Um deles, José Victor Miranda, de 30 anos, morreu após ser levado para o hospital. Ele teve ferimentos pelo graves causados pelo incêndio. O cruzeirense morava em Sete Lagoas, a 70 km de Belo Horizonte e fazia parte da torcida organizada Máfia Azul. Ele deixa um filho ainda criança. Um tio e uma irmã da vítima foram para São Paulo providenciar a liberação do corpo.

O balanço da Polícia Rodoviária Federal aponta que 15 pessoas, incluindo José Victor, foram levadas para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. A unidade de saúde ainda não se manifestou sobre o quadro clínico dos pacientes. Outras três foram encaminhadas para o Pronto Socorro de Franco da Rocha.

Ainda segundo o PRF, dentre os feridos, há um homem baleado no abdômen. Sete pessoas teriam tido traumatismo craniano.

Rixa entre torcidas

O contexto do crime ainda é investigado, mas testemunhas relataram à polícia que suspeitam de possível reação em relação a um confronto entre membros da Mancha Verde do Palmeiras e da Máfia Azul em setembro de 2022, em Carmópolis de Minas, cidade a 125 km de Belo Horizonte. Na ocasião, o presidente da torcida alviverde, Jorge Luis foi espancado. A versão ainda não foi confirmada pelas autoridades.

A PRF estima que cerca de 120 pessoas atuaram no ataque deste domingo. Todas elas fugiram antes da chegada da polícia. Ninguém foi preso até o momento.

Vídeos mostram homens encapuzados e usando capacetes, espancando torcedores. Em uma das gravações, é possível ouvir um agressor anunciar: “é a Mancha Verde do Palmeiras”.

Mancha verde nega acusações

A torcida Mancha Alviverde, do Palmeiras, supostamente ligada ao caso, negou ter relação com a emboscada. “Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos”, declarou no primeiro comunicado divulgado após a emboscada. Segundo a direção, a torcida “não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente”.

O grupo lamentou o episódio e declarou solidariedade às famílias e vítimas. “A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo”, completou.

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