Corpos de idosas que morreram em desabamento de casa, em BH, são liberados pelo IML

Fotos mostram como ficou local onde idosas moravam após desabamentoFoto: VIDEOPRESS PRODUTORA

Os corpos das três idosas, de 60, 70 e 80 anos, que morreram após uma casa desabar no último sábado (28 de dezembro), foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) e retirados por familiares na noite desse domingo (29 de dezembro). A informação foi confirmada pela Polícia Civil (PCMG), na manhã desta segunda-feira (30 de dezembro). 

As vítimas estavam em uma casa de dois andares, no bairro Paraíso, na região Leste de Belo Horizonte, quando a estrutura desabou. Horas após o início das buscas, os bombeiros confirmaram a morte de duas idosas, de 60 e 80 anos, mãe e filha. Pouco mais tarde, a morte de uma terceira vítima, também idosa, acabou sendo confirmada pela corporação, elevando para três o número de mortos.

Havia a possibilidade de um sobrinho das vítimas estar no imóvel, conforme relatos de vizinhos. Por conta dessa informação, os bombeiros mantiveram as buscas após a retirada dos três corpos. Os trabalhos seguiram até o fim da tarde desse sábado e foram retomados na manhã deste domingo. No entanto, a presença do homem foi descartada e as buscas foram encerradas ainda na manhã de domingo.

Casas isoladas

No final da noite de sábado, a Defesa Civil de Belo Horizonte informou que fez o isolamento de outras três casas localizadas no entorno do imóvel que desabou. A decisão foi tomada após vistoria de risco nos imóveis, localizados na rua Isaura Possidônio. Segundo o órgão municipal, foi verificada a segurança dos imóveis próximos ao local do desabamento, sendo que, além das três casas, também foi isolado o lote onde ficava a casa de dois andares que foi ao chão devido ao risco de “colapso e desabamento de escombros”. O número de famílias desalojadas não foi informado pela Defesa Civil.  

Em uma das casas vizinhas, localizada no número 180, foi realizado o isolamento da área de serviço, cozinha e copa, localizadas no segundo pavimento, além de um porão que fica no primeiro andar do imóvel. Em outro imóvel, que fica no mesmo terreno do primeiro, foi isolada a área dos fundos e alguns cômodos situados próximos ao talude. 

Por fim, a residência localizada no número 35 teve a parte dos fundos isolada devido aos “riscos de deslizamento”. 

Defesa Civil sabia de danos estruturais desde 2022

Os danos estruturais da casa de dois andares que desabou não eram novidade para a Defesa Civil da capital mineira. O órgão informou que sabia da existência de “trincas, rachaduras e infiltrações antigas”, inclusive com “ferragens expostas em lajes, vigas e paredes”, desde julho de 2022, quando realizou uma vistoria no imóvel. Apesar da situação, a casa não foi interditada, segundo o órgão municipal, pois não existia “risco iminente de desastre”. 

A informação de que os problemas foram constatados no dia 16 de julho de 2022, quase 2 anos e meio antes do desabamento, foi divulgada pela própria Defesa Civil de BH, por meio de uma nota. No texto, o órgão informa que a vistoria de risco de imóvel abrangeu “dois imóveis multifamiliares localizados no lote”, na rua Isaura Possidônio. 

“No imóvel frontal, com dois pavimentos, foi constatada a ausência de manutenção preventiva. Foram identificadas trincas, rachaduras e infiltrações de longa data. No pavimento superior, verificaram-se infiltrações intensas na laje, deterioração de tijolos e ferragens expostas. Durante a vistoria, a moradora informou a existência de uma antiga cisterna próxima ao imóvel, coincidindo com as áreas de maior comprometimento estrutural”, escreveu a Defesa Civil. 

Perguntada sobre a possibilidade deste imóvel ter sido interditado após a fiscalização realizada em 2022, a Defesa Civil de Belo Horizonte respondeu que “só retira as pessoas de seus imóveis em risco iminente de desastre”.

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