A perícia da Polícia Civil descartou insanidade mental em Welbert de Souza Fagundes, acusado de matar o sargento Roger Dias em Belo Horizonte em janeiro de 2024. Durante a conversa com os psiquiatras da Polícia Civil, o suspeito contou que tem recebido “visitas” do policial assassinado durante a noite.
“Agora, o sargento que morreu vem de noite me visitar. Eu acordo sentindo que estou enforcado, aí é o sargento que morreu (que parece o enforcar). Ele fala que não vai me perdoar se eu não pedir desculpa para a família dele, que vai levar minha alma. Eu falo e eles não acreditam em mim. Falam que eu sou 22, que eu sou doido. Eu vejo (o sargento), eu falo porque eu estou vendo, estou sentindo. Ele tenta me enforcar, tenta me matar. Ele entra nos outros pra fazer covardia em mim”, declarou.
Ainda no relato, Welbert Fagundes diz que “sente” o sargento chegar e começa a ouvir vozes. “Tem vez que ele aparece também. Tem vez que ele aparece na hora, tem vez que avisa antes (que vai aparecer), os outros ficam debochando de mim, falam que eu sou doido. (…) Eu vejo ele tem hora que é bem nítido, igual vejo você aqui mesmo”, contou.
Sobre o dia do roubo ao veículo que gerou a perseguição e, depois, o tiro que matou o sargento, o suspeito alegou que “não sabia tratar-se de policiais” durante a fuga e que “ouviu a voz de Ogum falando que ele iria morrer e que precisava reagir”. O militar estava fardado e em serviço no momento da abordagem. Segundo a perícia oficial, o discurso é pautado em diversas incoerências, sobretudo quando confrontado no segundo exame pericial. Os legistas entenderam que Welbert Fagundes busca se esquivar de sua responsabilidade legal. O relatório médico oficial indica, ainda, que o suspeito tentou manipular o processo de insanidade.