Itambé acusa a ex-sócia Vigor de ‘roubar’ contrato

A empresa mineira pede ressarcimento

O leite em pó era produzido na fábrica da Itambé em Uberlândia

A Itambé abriu nova disputa contra a Vigor acusando a antiga sócia de “roubar” um contrato de venda de leite em pó para a Venezuela. A empresa mineira pede um ressarcimento de R$ 400 milhões.

No novo processo, a Itambé relata que passou a vender leite em pó para a Venezuela em dezembro de 2013, após a J&F fechar um contrato para fornecer carne, frango e leite para o país vizinho. Holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a J&F é a antiga controladora da Vigor negócio foi fechado diretamente por Joesley, que recebeu uma missão da Venezuela chefiada por Diosdado Cabello, um dos homens fortes do chavismo.

Como a Vigor não produz leite em pó, o contrato foi repassado à Itambé, que fornecia diretamente ao governo da Venezuela e pagava uma comissão de 3% para a J&F. A Itambé recebia US$ 5,8 mil por tonelada do produto, o equivalente a R$ 20 mil.

Em junho de 2015, o contrato com a Venezuela foi transferido para a Vigor, que comprava o leite em pó da Itambé e de outros laticínios brasileiros. A Vigor passou a pagar a Itambé R$ 12 mil por tonelada, preço praticado no mercado interno. Segundo pessoas que acompanham de perto o assunto, mas que pediram anonimato, a carga de leite em pó saia direto da fábrica da Itambé em Uberlândia (Triângulo Mineiro) para o porto de Santos (SP) e sequer passava pela Vigor.

O esquema perdurou por oito meses. A Itambé agora cobra da Vigor a diferença entre os preços internacional e doméstico no período, o que equivalente a cerca de R$ 400 milhões.

O argumento da empresa mineira é que lei das sociedades anônimas impede o acionista controlador de se apropriar de uma boa oportunidade de negócio da sua controlada. Embora tivessem partes iguais no negócio, o voto de minerva em decisões polêmicas era da Vigor. Procuradas, Vigor, Itambé e J&F não se pronunciaram.

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