Crianças de até cinco anos são maiores vítimas da Síndrome “Mão-Pé-Boca”

A Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) alerta sobre o surto da síndrome mão-pé-boca. A síndrome é uma doença altamente contagiosa e acomete principalmente crianças com até cinco anos de idade. A mesma leva esse o nome “Mão-Pé-Boca” porque as lesões se localizam nos pés, mãos e interior da garganta.

No Estado de Minas já foram registrados mais de 100 casos da síndrome. Dentre elas, quatro foram notificados em Sete Lagoas. A Vigilância Epidemiológica em Saúde, através da Secretaria de Saúde de Sete Lagoas (SMS) e da Prefeitura Municipal de Sete Lagoas, divulgou uma nota técnica como forma de prevenção para a população.

Os vírus que causam a doença podem ser encontrados em uma pessoa infectada por meio de secreções do nariz e garganta (como saliva, expectoração ou muco nasal), pelos fluídos das bolhas, pelas fezes e também através de objetos e superfícies contaminados. Por isso, recomenda-se que, ao trocar fraldas ou higienizar crianças acometidas pela síndrome, ou tocar objetos utilizados por elas, deve-se lavar cuidadosamente as mãos. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

O período de incubação é da Síndrome “Mão-Pé-Boca”, de acordo com a superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Sete Lagoas Sueli Lacerda é de quatro a seis dias. “Geralmente a doença inicia-se com febre. Apesar de pouco frequente, também podem ocorrer casos sem febre. Um a dois dias após surgem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A seguir, surge nos pés e nas mãos suma infecção moderada sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada”, explica. Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e eventualmente podem coçar. “Em geral, regridem juntamente com a febre, entre cinco e sete dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada inapetência”, completa Sueli.

Complicações

Nas crianças a desidratação é a complicação mais frequente em virtude da febre e da ingesta inadequada de líquidos, devido a dor para engolir. Outras complicações podem ocorrer, mas são raras, como meningite viral ou “asséptica”, encefalite e ou encefalomielite e Paralisia Flácida Aguda.

Diagnóstico

O diagnóstico da Síndrome “Mão-Pé-Boca” é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. “Em alguns casos, os exames de fezes e a sorologia podem ajudar a identificar o tipo de vírus causador da infecção”, adverte a superintendente. É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele.

Não há tratamento específico para a Síndrome “Mão-Pé-Boca”. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e anti-inflamatórios. Os medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente seja submetido a uma avaliação médica e, seguindo orientação do profissional de saúde, permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Como não existe vacina contra a Síndrome, algumas medidas de prevenção são indicadas para interromper a cadeia de transmissão da doença. Entre elas, lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro, limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos e evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios ou xícaras com pessoas com problemas de mãos, pés e boca.

“Em caso de diagnóstico da doença, recomenda-se evitar a ingestão de alimentos ácidos, muito quentes e condimentados, dando preferência a alimentos pastosos. Também é importante que as crianças infectadas não sejam mandadas para a escola ou creche enquanto durar a infecção”, completa Sueli Lacerda.

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