Preço da gasolina passa de R$ 5

(foto: Leandro Couri/em/D.A Press )

Os sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis nas refinarias pela Petrobras, com alta acumulada de 24,7% desde 4 de abril, fizeram o valor do litro da gasolina romper a barreira de R$ 5 em Belo Horizonte e em pelo menos dois municípios do estado.

O valor mais alto, de R$ 5,099, era cobrado nessa sexta-feira por um posto Ipiranga na Av. Antônio Abrahão Caram, 996, ao lado do Mineirão, na capital Mineira.

Já levantamento feito pela Associação Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de 13 a 18 mostra que o valor mais alto seria o cobrado pelo Posto Irmãos Nogueira Ltda., em Conselheiro Lafaiete, onde o motorista paga R$ 5,080.

Os consumidores de Unaí pagam até R$ 5,069 se optarem por abastecer o veículo no Posto Soares Braz Ltda. O levantamento não incluiu o posto na avenida Abrahão Caram, em BH.

“O dólar mais caro e o barril do petróleo em alta pressionam os preços, que nas localidades mais distantes têm ainda o custo do frete”, afirma o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, Paulo Miranda Soares.

Para ele, se a instabilidade internacional for mantida, com os preços do petróleo subindo (essa semana o barril chegou a US$ 80) e o dólar se valorizando, a perspectiva é de que os preços dos derivados do petróleo no Brasil continuem a subir.

Ontem, a Petrobras anunciou novo aumento de 1,34% para a gasolina e de 0,80% para o diesel nas refinarias a partir de hoje. Na quinta-feira, o preço da gasolina foi reajustado pela estatal em 1,80% e o do diesel em 0,95%.

Com a nova alta, o preço da gasolina nas refinarias saltou de R$ 1,6581 em 4 de abril para R$  2,068 hoje, um aumento de R$ 0,4099 em menos de dois meses. A gasolina ficou 24,7% mais cara nas refinarias nesse período.

O do diesel passou de R$ 1,8696 para R$ 2,348, com alta de R$ 0,4812, ou 20,5% de reajuste em 45 dias. Desde que alterou sua política de reajuste de preços, a Petrobras já elevou o preço do litro da gasolina nas refinarias em 47% e o do litro do diesel em 48%, segundo Paulo Miranda, que também é vice-presidente do Minaspetro, sindicato das revendas em Minas.

O presidente da Fecombustíveis critica a política de reajuste da Petrobras, com aumentos quase diários. “Até ontem, a Petrobras mexeu 200 vezes no preço, sendo 109 vezes para reajustar e 91 vezes para baixar”, revela Miranda. Ele acusa também a alta carga tributária de ser uma das responsáveis pelo valor do combustível chegar aos praticados atualmente.

A cobrança da Cide, do Pis/Confins e do ICMS representa quase 49% do valor da gasolina em Minas Gerais. Isso significa que no valor de R$ 5,099, os governos estadual e federal ficam com cerca de R$ 2,498. O que é o ICMS e como funciona? Veja com o Arquivei Patrocinado 

“A grande dificuldade hoje é que o governo não quer mudar a política de precificação dos combustíveis”, afirma Paulo Miranda. Para ele, em momentos de pressão sobre os preços como agora, o governo deveria mexer nos impostos para promover um equilíbrio.

Pelo levantamento da ANP, Unaí tem a gasolina mais cara de Minas, com o litro vendido a R$ 4,843, em média. Em Lafaiete, o valor médio era de R$ 4,573. O menor valor foi registrado em Montes Claros, com o Auto Posto Major vendendo o litro da gasolina a R$ 3,990.

Entre o menor e o maior valor, o preço da gasolina varia 29% no estado, segundo a ANP. Enquanto os motoristas da cidade do Norte de Minas podem abastecer o carro com 50 litros por R$ 199,50, os de Unaí pagam até R$ 254. Já Em BH, os mesmos 50 litros podem custar até R$ 254,95.

VIARedação
COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA