Caminhoneiros colocam fogo em pneus durante protesto na MG-424

Mesmo com os protestos a nível nacional, a Petrobras elevará os preços do diesel em 0,97% e os da gasolina em 0,9% a partir desta terça-feira (22)

A MG-424 foi bloqueada por caminhoneiros autônomos por volta das 15 horas desta segunda-feira (21). A interdição ocorreu nas duas pistas da rodovia, pouco antes do trecho conhecido como “duas pontes”, em São José da Lapa. Os manifestantes utilizaram faixas contra o aumento do diesel e atearam fogo em pneus.

Segundo um dos integrantes do movimento, só foi permitida a passagem de veículos de passeio e de emergência. “Os caminhões não passaram. Como não impedimos o tráfego dos veículos de passeio e de emergência,  a manifestação poderia durar o tempo que julgassemos necessário, mas foi encerrada às 18 horas. A iniciativa é de um coletivo de caminhoneiros sem uma liderança específica”, contou Varderlei.

Paralisação nacional – A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCOM) convocou os profissionais para um movimento de paralisação nacional que reinvindica uma resposta do governo federal para os sucessivos aumentos do diesel.

“Chegamos ao limite! Não dá mais para sustentar tamanho descaso com a sociedade e, principalmente, com o transporte brasileiro”, ressaltou o presidente da entidade, José Lopes Fonseca, em carta à categoria.

Aumentos sucessivos

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre maio de 2017 e este mês que ainda não chegou ao fim, o produto já acumula alta de 20,7%. No período, o litro passou de R$ 3,014 para R$ 3.639 em Minas Gerais. Apenas nas três últimas semanas, o aumento foi de 4,19% nas bombas.

O presidente do Sindicato da União Brasileira de Caminhoneiros, José Natan, disse que as manifestações têm sido espontâneas. A entidade que representa profissionais de 25 Estados e Distrito Federal não está na organização desses eventos. “O motorista está revoltado com a sequência de altas sucessivas do diesel. A quebradeira é geral no setor. Estamos nas últimas viagens”, lamentou.

O consultor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Luciano Medrado, disse que a entidade reconhece que as reivindicações dos caminhoneiros autônomos é legítima.”Eles não têm condições de repassar as altas constantes para o valor do frete”, argumentou.

No caso das transportadoras, quando o reajuste do diesel chega a 5%, a entidade emite um informativo de alerta, para que o percentual seja repassado para o preço do serviço. No primeiro trimestre deste ano, o setor registrou recuo de 0,13%, no comparativo com o mesmo período de 2017, devido à redução da atividade industrial. “Transportamos tanto insumosquanto o produto final”, alegou.

Mais aumento – Mesmo com os protestos a nível nacional, a Petrobras elevará os preços do diesel em 0,97% e os da gasolina em 0,9% nas refinarias a partir desta terça-feira (22), informou a petroleira no seu site nesta segunda-feira (21).

Com os reajustes, os preços dos combustíveis irão a novas máximas dentro da política em vigor desde julho, a R$ 2,3716 o litro de diesel e R$ 2,0867 o litro de gasolina.

A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos preços internacionais do petróleo, que chegou a bater as cotações máximas desde 2014, além da tendência de alta do dólar sobre várias moedas, incluindo o real.

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