Helicóptero que caiu no Espírito Santo do Dourado (MG) no último sábado (16) passou por Sete Lagoas

Segundo o Corpo de Bombeiros, plano de voo informava que quatro pessoas estavam na aeronave, mas apenas dois estavam a bordo no momento da queda.

Uma câmera de segurança registrou a chegada e a decolagem do helicóptero Agusta A109, que partiu de Nova Lima (MG) com destino a São Paulo (SP), mas caiu em Espírito Santo do Dourado (MG) no último sábado (16). O empresário Márcio Bissoli, de 50 anos, e o piloto Luiz Gustavo Araújo Soares, 39 anos, morreram na queda.

Segundo o Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), o voo foi o segundo feito pelo piloto no mesmo dia. A primeira parada foi em Sete Lagoas (MG). Depois, a aeronave pousou em Nova Lima para abastecer. O circuito de segurança registrou a chegada do helicóptero e a movimentação dos tripulantes.

Por volta 17h30, a aeronave decolou com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Durante o voo, o piloto relatou para a Central de Controle Aéreo em Brasília que estava com problemas mecânicos e dificuldades para pousar. A queda aconteceu pouco depois, às 18h45, na zona rural de Espírito Santo do Dourado (MG).

Moradora registrou helicóptero pegando fogo em Espírito Santo do Dourado (Foto: Sabrina Carvalho)

“Nós agora vamos solicitar ao centro [de controle] de Brasília, ao centro de São Paulo, todas as informações de voo, desde a decolagem dele de Nova Lima até a parte final, quando ele pede emergência. Não só essa parte, mas também a parte do radar, que nós vamos solicitar à Brasília e faz parte da investigação que nós vamos ter início logo logo”, explicou o coronel Paulo Santos, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Segundo o Corpo de Bombeiros, ele pegou fogo assim que bateu na montanha. Destroços ficaram espalhados pelo pasto. As peças da aeronave vão ser analisadas pelo Seripa, no Rio de Janeiro (RJ), e pelo Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos (SP).

“O impacto fez grande parte da fuselagem e dos corpos entrarem na terra”, disse o capitão Ivan Santos Pereira Neto, do Corpo de Bombeiros.

Os corpos foram localizados no início da tarde desta segunda-feira, quase 30 horas depois do acidente, e levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte (MG).

“O corpo do piloto foi encontrado mais próximo aos equipamentos que seriam da frente da aeronave, e o do passageiro [foi localizado] logo atrás do piloto”, contou Tatiata Telles Koeler de Matos, chefe do Posto Médico Legal de Pouso Alegre (MG).

As vítimas

O empresário Márcio Bisolli era diretor executivo do grupo Bauminas, que atua na indústria química e de mineração. De acordo com um sócio em outra empresa, Bissoli era uma pessoa que cuidava muito da saúde e vista como visionária. Ele deixa um filho, já adulto.

A outra vítima foi o piloto Luiz Gustavo Araújo Soares. De acordo com o Corpo de Bombeiros, familiares afirmaram que ele era um piloto experiente, com aproximadamente 8 mil horas de voo. Ele deixa uma esposa, que também é pilota.

“Ele era um aficcionado por aviação. Fantástico, muito responsável, muito centrado. É uma perda muito grande para a nossa família, para os amigos, para a aviação. Ele foi uma perda grande para a aviação”, contou o pai do piloto, Luiz Carlos Soares.

O helicóptero

A aeronave, identificada como sendo do modelo Agusta A109S, tinha autorização para voos noturnos e três anos de uso. O helicóptero era operado pelo grupo Bauminas, mas ainda aparece como pertencente ao Banco Bradesco, porque havia sido comprado recentemente.

Segundo o coronel Paulo Santos, o piloto estava com os exames médicos em ordem, assim como a documentação do helicóptero. Ainda de acordo com Santos, a última manutenção da aeronave havia sido feita há 11 meses e uma nova avaliação estava marcada para daqui aproximadamente um mês.

 

VIARedação
COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA