Em entrevista, Dr. João Pedro fala sobre Mitos e verdades da Fertilidade

Especialista da Pró-Criar esclarece algumas das principais dúvidas de pacientes sobre o tema

Quando o assunto é fertilidade feminina e masculina, dúvidas e questionamentos de todo tipo são muito frequentes. Quem opta por pesquisar o assunto na internet vai se deparar com um universo de informações que, muitas vezes, pode gerar ainda mais incerteza.  O especialista em reprodução humana da clínica Pró-Criar, Dr. João Pedro Junqueira Caetano, alerta que, em caso de dúvida, a melhor opção é sempre conversar com o médico. O especialista esclarece abaixo alguns dos principais mitos e verdades sobre o tema. Confira:

A culpa da infertilidade é sempre da mulher?

Não. Isso é um mito muito comum na sociedade, mas 40% das causas de infertilidade são relacionados a fatores femininos, outros 40% são relacionados à causa masculina e os 20% restantes são relacionados à infertilidade combinada do casal.

O relógio biológico é o maior inimigo da fertilidade?

Sim, é verdade. Após os 35 anos, as chances de gravidez mensal começam a diminuir de forma acentuada, principalmente por causa da redução na qualidade dos óvulos.

O uso de anabolizantes reduz a fertilidade?

Sim. Os anabolizantes são compostos de testosterona, o hormônio masculino. E a dose dele muito acima dos níveis normais no corpo pode reduzir a fertilidade tanto de homens como de mulheres. A testosterona bloqueia a produção de FSH, hormônio produzido pelo cérebro responsável pela maturação das células germinativas, e isso inibe a produção de espermatozoides e o ciclo menstrual. Isto é, no homem a produção de espermatozoides é interrompida, e nas mulheres a ovulação também é suspensa.

O uso da pílula anticoncepcional reduz a fertilidade das mulheres?

Essa é uma dúvida bastante comum, mas não é verdade, é mito. A maioria das mulheres, após interromper o uso da pílula, retoma sua fertilidade imediatamente. Além disso, a pílula pode até ajudar a proteger a fertilidade, diminuindo a evolução da endometriose, por exemplo.

Congelar óvulos é uma boa alternativa para quem decide postergar a gravidez?

Sim, isso é verdade, já que a chance de gestação está relacionada à idade da mulher. Por exemplo, se ela resolve congelar os óvulos aos 30 anos e depois decide engravidar aos 38, e não tem sucesso, essa mulher pode usar os óvulos congelados com maior chance de gravidez, já que essa probabilidade está relacionada à idade em que foram congelados. Essa também é uma alternativa bastante interessante para pacientes que precisam postergar a gestação em função de alguma doença a ser tratada, como pacientes com câncer, por exemplo. Assim, pode ser feita a preservação da fertilidade, ou seja, congelar óvulos ou espermatozoides, para serem utilizados numa gravidez após o tratamento dessa doença. 

O tabaco prejudica a fertilidade?

Sim, tanto o fumo quanto o álcool e outras drogas prejudicam a fertilidade de homens e mulheres. Nos homens, pode comprometer a locomoção dos espermatozoides e alterar sua morfologia. Nas mulheres, pode diminuir a qualidade dos óvulos.

É possível fazer fertilização in vitro depois de ter feito laqueadura?

Sim. Aliás, esta é praticamente a única forma de uma mulher que fez laqueadura engravidar, a menos que ela faça uma cirurgia de reversão da laqueadura. No entanto, as chances de restabelecimento total da fertilidade são menores do que nos casos de reversão da vasectomia, que é feita no homem. A fertilização in vitro só é possível após a laqueadura porque, neste procedimento, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide fora do corpo da mulher, ao contrário do que acontece na inseminação artificial, em que a fecundação ocorre diretamente na tuba. Dessa maneira, o sucesso da fertilização vai depender apenas de fatores externos, ligados à idade da mulher, à qualidade dos óvulos e dos espermatozoides coletados, bem como do endométrio da paciente.

Sobre a Pró-Criar

A Pró-Criar, especializada em reprodução assistida, comemora 19 anos de atuação em 2018. A clínica tem como objetivo primordial aliar procedimentos técnicos a um atendimento acolhedor àqueles que buscam tratamento de fertilidade. Fundada em fevereiro de 1999 pelo Dr. João Pedro Junqueira Caetano, atual presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana – SBRH, a Pró-Criar é formada por uma equipe multidisciplinar de ginecologistas, embriologistas e psicólogos com larga experiência em todas as áreas da reprodução humana. Em fevereiro de 2018 passou a integrar o Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva.

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