Foragido por estupro, homem mata namorado e simula acidente como justificativa

Após laudos, Polícia Civil concluiu que causa da morte era incompatível com acidente de carro; homem era procurado em Alagoas

Parece cena de novela, mas a história é real. Um homem de 28 anos matou o companheiro dele, de 60 anos, e depois colocou o corpo dentro de um carro para simular um acidente automobilístico.

O crime foi na noite de 24 de maio deste ano, em Uberlândia, no Triangulo Mineiro, e a Justiça decretou esta semana a prisão preventiva do suspeito.

No entanto, ele já está recolhido no Presídio Professor Jacy de Assis, desde 31 de maio. Durante as investigações do homicídio, a Polícia Civil descobriu que já havia um mandado de prisão em aberto contra ele por estupro de vulnerável, crime cometido no estado de Alagoas, de onde ele estava foragido.

De acordo com o delegado de Homicídios de Uberlândia, o detido mantinha um relacionamento amoroso e morava com a vítima, que trabalhava como cabeleireiro.

De acordo com as investigações, o casal teve um desentendimento é o preso matou a vítima com agressões na nuca, na cabeça e no pescoço. O possível objeto utilizado não foi localizado, segundo o delegado.

Na mesma noite, segundo o policial, o homem colocou o corpo no carro da vítima, um HB-20, e dirigiu até à avenida K, próximo ao número 1.575, no bairro Jardim Europa, em Uberlândia, onde simulou um acidente automobilístico. Depois, o suspeito acionou o Corpo de Bombeiros.

A Polícia Militar (PM) também esteve no local e fez um boletim de ocorrência de acidente de trânsito com vítima fatal. Segundo o delegado, “naquele momento, (o suspeito) conseguiu ludibriar os policiais militares e foi liberado”.

CONTROVÉRSIAS

A Delegacia de Homicídios passou a investigar o caso e encontrou inúmeros pontos controversos e incoerentes na versão apresentada pelo detido. Um deles é que, segundo o laudo de necrópsia, as lesões que produziram a morte do cabeleireiro eram incompatíveis com acidente automobilístico.

“Procedemos vistorias periciais na casa da vítima e em seu veículo, inclusive com utilização de luminol. A substância química detectou sangue humano não apenas no carro, mas também na casa da vítima. No veículo, havia sangue em abundância nos bancos dianteiros e traseiros”, apurou o delegado.

O delegado cita outros pontos controversos: “A vítima não dirigia à noite. Ela dormia muito cedo. Já era um senhor de 60 anos. Jamais ele bebia e dirigia. O autor havia falado que ele tinha dirigido. Só que estava em plena greve dos caminhoneiros e o autor falou que eles haviam saído para dar uma volta de carro. Ninguém estava dando voltas de carro na época”, relatou o delegado, citando outras questões periciais. “Não teve capotamento do carro e ele fala que teve. A marca no veículo onde a vítima teria batido a cabeça está ao contrário. Está de fora para dentro, e não de dentro para fora”, esclarece o delegado. “Os peritos também descartaram que o veículo da vítima tivesse sofrido qualquer capotamento; Os danos sofridos pelo veículo eram de pouca monta, incompatíveis com as lesões suportadas pela vítima”, conclui.

Ainda de acordo com o delegado, várias testemunhas foram ouvidas no inquérito, como vizinhos e amigos da vítima. Os vizinhos, segundo Herrera, relataram que no dia do crime ouviram gritos e discussões entre o casal. “Já os amigos mais próximos relataram que Antônio suspeitava que estava sendo furtado pelo namorado”, informou o delegado.

VIARedação
COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA