Extraterrestres em Cordisburgo, tema do filme mineiro concorrente em Gramado

Foto: Divulgação

Em pouco menos de dois anos, Marco Antônio Pereira deixou de lados os trabalhos institucionais em Cordisburgo para se dedicar à direção de curtas-metragens premiados, que já circulam pelos principais festivais no mundo, como Berlim e Hong Kong. Seu primeiro filme, “A Retirada para um Coração Bruto” será exibido hoje (21) na mostra competitiva do Festival de Gramado, na serra gaúcha.

“Parece ser um daqueles filmes de tempo dilatado, quase sofrido, mas ele termina de uma forma que ninguém espera, com o público indo ao delírio ao final”, observa o realizador mineiro, que recorre a uma história de ficção-científica protagonizada por extraterrestres para falar de coisas cotidianas, como a amizade e as relações entre jovens e idosos numa sociedade marcada por preconceitos e regras.

A trama é inspirada num amigo de Cordisburgo, o Manoel do Norte, que interpreta o personagem central, um senhor de 70 anos, Ozório, que vive sozinho numa comunidade rural longíqua, ouvinte de rock no rádio. “A presença dos extraterrestres é, na verdade, a metáfora para a relação de pessoas de faixas etárias diferentes, como se fossem pessoas de planetas diferentes”, registra Pereira.

O cineasta se vale de metáforas no segundo curta, “Alma Bandida”, apresentado no Festival de Berlim deste ano. A música também está presente, a partir de um cantor de funk, e o município de Cordisburgo continua sendo o principal cenário das tramas. “A minha cidade vira uma metáfora do Brasil, numa luta por sonhos que acaba levando para lugares diferentes. Em todos os meus filmes, sempre estou comentando alguma coisa”, destaca.

Pereira já tem histórias para mais três curtas – o terceiro já está sendo filmado – que continuarão sendo feitos na cidade natal. “Tudo é feito com a cultura daqui”, enfatiza o diretor, que passou oito anos voltado para a realizações de vídeos institucionais. “Depois decidi que precisava de um momento de virada. E tudo aconteceu de forma rápida. Felizmente deu certo”.

 

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