No 131º dia de buscas, o Corpo de Bombeiros, encontrou, nesta terça-feira (04), um corpo inteiro em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte onde o rompimento da barragem I da mina Córrego do Feijão, no último dia 25 de janeiro.
O corpo foi encontrado por volta das 8h, na região do Terminal de Carga Ferroviário 3 (TCF 3) que está localizado antes da área administrativa, na frente de trabalho mais próxima do local do rompimento.
O corpo estava sem nenhuma separação de membros. Ele ainda não foi identificado e, segundo os bombeiros, está sendo enviado para o Instituto Médico-Legal (IML) da Polícia Civil para identificação.
Essa é a segunda vez que após muito tempo um corpo é encontrado intacto em Brumadinho. Da última vez, havia três meses de buscas, quando um corpo completo foi encontrado. O resgate foi no domingo de Páscoa, comemorado em 21 de abril, e a identificação da vítima pelo Instituto Médico-Legal (IML), no dia seguinte.
Na época o corpo foi identificado 24h depois se encontrado pela técnica de papiloscopia, que é o método de identificação por meio de digitais. As outras técnicas são o reconhecimento por arcada dentária, exames antropológicos e exame de DNA.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas (ABMLPM) e professor de medicina legal da Universidade de São Paulo (USP), Ivan Dieb Miziara, explica que no caso desses dois corpos o que pode ter permitido que eles ficassem praticamente intactos foi o efeito do solo.
Segundo ele, os corpos podem ter sofrido um processo transformativo chamado ‘saponificação’, que acontece quando em solos úmidos e argilosos. “É como se o corpo virasse um sabão. Fica conservado dentro do próprio solo”, explicou.
Segundo a última atualização da Polícia Civil, 245 mortos já foram identificados em decorrência da tragédia e 25 pessoas ainda desaparecidas. Há vários dias os bombeiros encontravam apenas seguimentos de corpos nos locais das buscas.
