Idoso morre, e médico é detido suspeito de negar atendimento em Contagem

O atendimento teria sido negado na UPA Ressaca
Foto: Alex de Jesus

Um médico de 51 anos foi conduzido à delegacia suspeito de negar atendimento a um idoso na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ressaca, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite dessa terça-feira (22). O paciente, que deu entrada na UPA em estado grave, morreu.

Conforme consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) contaram que foram acionados para atender uma demanda em uma residência no bairro Novo Progresso, onde Osvaldo Xavier dos Santos, de 72 anos, estava com insuficiência respiratória.

A ambulância se deslocou com o idoso até a UPA, onde ele passou pelo setor de acolhimento sendo identificado como paciente grave. No entanto, ainda conforme o registro policial, o médico plantonista não quis atendê-lo afirmando que a UPA estava cheia e não havia leitos disponíveis. Os atendentes do Samu afirmaram aos militares que o médico sequer levantou da cadeira para olhar o paciente.

Diante da situação, a equipe do Samu acionou a central e passou toda a situação. Uma outra unidade de suporte avançado foi mobilizada, e o médico dela, por telefone, tentou conversar com o profissional da UPA, que se recusou. A equipe de suporte avançado do Samu saiu do bairro Petrolândia, também em Contagem, com destino ao Ressaca, onde chegou cerca de uma hora depois da chegada do idoso.

O médico chegou a questionar o colega de profissão sobre o protocolo que deveria ter sido tomado. O estado de saúde do paciente piorou e foi necessária a realização de uma reanimação cardiopulmonar. Uma vaga foi liberada para dos Santos no Hospital Municipal de Contagem, mas ele morreu antes de chegar ao local.

O médico foi encaminhado à Delegacia de Plantão de Contagem.

Outro lado

À polícia, o médico contou que assumiu o plantão às 19h40 e verificou as alas da UPA, constatando que a sala de urgência não tinha mais vagas para receber pacientes. O profissional afirmou que já havia avisado ao Corpo de Bombeiros e ao Samu que a unidade de atendimento não poderia receber pacientes graves, uma vez que não tinha, segundo ele, macas disponíveis e balões de oxigênio.

Ainda conforme o médico, quando a equipe do Samu chegou com o idoso, ele informou que não seria possível a internação e continuou atendendo outros pacientes. Ele também alegou que orientou os enfermeiros que o paciente fosse levado para outra unidade hospitalar.

FONTEO Tempo
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