Polícia prende homem que roubou R$ 1,1 milhão em 1999 em banco de Sete Lagoas; ele estava na lista dos mais procurados no país

José do Carmo Silvestre estava na lista dos criminosos mais procurados do país até horas antes de sua divulgação

Uma operação de polícias estaduais prendeu em Salvador um suspeito de assaltar bancos e de financiar o PCC (Primeiro Comando da Capital). Um dos bancos, foi o Banco do Brasil, em Sete Lagoas no ano de 1999. José do Carmo Silvestre, o Pintado, é acusado de promover sítio a cidades, numa ação chamada de “novo cangaço”, e estava na lista dos mais procurados do país até pouco antes de ela ser divulgada pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.

O nome dele foi retirado horas antes por causa de sua detenção na última quarta-feira (29). Ele estava foragido havia pelo menos 12 anos

Segundo a polícia, Pintado recrutava pessoas para fazer grandes assaltos a bancos e transportadoras de valores e, depois, repassava parte desse dinheiro para o PCC. Acredita-se dentro da equipe que o investigava havia anos que Pintado participou do roubo à base da Prosegur no Paraguai, em 2017.

Na lista dos suspeitos mais procurados divulgada por Moro, há ao menos mais outros que usariam táticas de “novo cangaço”.

Pintado foi detido na orla da praia de Armação, em Salvador (BA). Seu nome era o quarto da lista de procurados, que estava prestes a ser anunciada. A ação foi feita pelas polícias do Distrito Federal, Goiás, Bahia e teve a participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e da Seopi (Secretaria de Operações Integradas), do Ministério da Justiça.

A reportagem procurou advogados e familiares de Pintado, mas não os localizou para se manifestar sobre a prisão dele.

O suspeito está detido em Salvador e deve ser levado para um penitenciária na Bahia ou em Minas Gerais, onde foi condenado por furto qualificado pela 3ª Vara Criminal de Sete Lagoas (MG). Naquela cidade, ele levou R$ 1,1 milhão de uma agência do Banco do Brasil, em 1999.

No entanto, fontes que organizaram a operação disseram à reportagem que tentarão transferir Pintado para um dos cinco presídios federais do país.

Pintado é considerado um dos maiores assaltantes do Brasil

O homem que é considerado “um dos maiores ladrões de bancos do país” tem 51 anos, o olho direito perfurado e 1,75 metro de altura.

Pintado estava preso em 1994. Naquele ano, teve que ser internado para tratamento médico. Então, comparsas com fuzis e metralhadoras invadiram o hospital e o resgataram.

Em 19 de abril de 1999, fez o assalto em Sete Lagoas. Foram sequestrados os gerentes e caixas da agência do BB depois do expediente, de acordo com um relatório obtido.

Em 2005, foi preso em Salvador. Possuía US$ 20 mil em espécie, joias, rádios para comunicação e muitas armas: um fuzil 50, uma metralhadora calibre 30, uma pistola 9 milímetros, dois revólveres 38 e algemas.

Cidades sitiadas, polícia cercada, caixas-fortes destruídas

Usar fuzis e metralhadoras são comuns em assaltos a bancos em que as cidades são sitiadas. No interior do Brasil, os bandidos cercam as unidades policiais e os bancos e fazem explosões para abrir caixas-fortes de bancos ou de empresas de transporte de valores. De 2015 a 2017, houve dez roubos que obtiveram R$ 215 milhões apenas das chamadas bases-fortes.

Pintado acabou fora da prisão novamente. Em 2008, foi expedido o mandado de prisão por causa de sua condenação pelo assalto em Sete Lagoas.

Anteontem, ao ser detido em Salvador, ele estava com a amante e usava duas identidades falsas. Os policiais foram a seu apartamento e fizeram busca e apreensão de armas e outros objetos.

A expectativa da equipe é que, com os materiais apreendidos na residência, seja possível pedir à Justiça um exame de DNA e, assim, verificar a participação de Pintado em outros grandes assaltos da bancos e transportadoras de valores, como os que ocorreram no Paraguai, em Ribeirão Preto, Campinas e Uberaba.

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