Menino de 13 anos ajuda a salvar lanchonete do pai no Centro de BH e emociona: ‘Injeção de ânimo’

Samuel ajudou a adequar o atendimento à quarentena e ainda ajuda na produção (Arquivo pessoal/Marlúcio Ignácio)

Um menino de 13 anos encontrou um jeito de ajudar a movimentar novamente a lanchonete do pai, um dos inúmeros negócios que sofreu os impactos das medidas de isolamento social necessárias para combater o novo coronavírus. Sozinho, o pequeno Samuel conseguiu divulgar a loja nas redes sociais, atrair novos clientes e ajudar a implementar ferramentas que aumentaram as vendas.

O pai de Samuel, Marlúcio Ignácio, contou que a ajuda do menino veio de forma espontânea em um dos momentos mais difíceis. Dono da lanchonete “Açaí do Careca”, que fica na região Centro-Sul da capital, ele observou o movimento cair à medida em que o vírus avançava. Para tentar salvar o negócio, ele precisou demitir toda a equipe e estava trabalhando sozinho.

“Eu dispensei todos os funcionários, tive que me virar. E foi justamente na hora que eu pensei que teria que me virar que ele decidiu começar”, conta. Com as aulas suspensas por causa da pandemia, Samuel passava muito tempo em casa, o que o afetou diretamente. O pai então decidiu começar a levá-lo para a loja “a princípio, só para fazer companhia”.

Mas não foi bem o que aconteceu: em poucos dias, o menino percebeu as mudanças negativas na loja e viu que o pai ainda não tinha tomado uma atitude: “Um dia ele falou “papai, você tá devagar demais!”. Foi então que Samuel decidiu agir por conta própria.


Mudança e resultado

Observando a pouca movimentação da lanchonete sem que o pai fizesse algo a respeito, Samuel decidiu começar pela divulgação. “Ele pegou o celular, entrou em contato com uma pessoa no Instagram, outra no Facebook… Naquele mesmo dia, entre as 18h e as 22h, a gente já tinha conseguido mais de 1.500 visualizações”, conta Marlúcio.

O empurrão foi essencial para o pai de Samuel, que depende dos rendimentos da lanchonete para pagar todas as contas da casa onde vive com os dois filhos e a esposa: “Nesse dia que deu resultado, eu chorei igual a um menino. Chorei muito, porque é uma força que nasce na gente, sabe?”.

 

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A partir daí, o menino foi amparando por onde conseguia. Cadastrou sozinho a lanchonete em uma plataforma de delivery, adaptou o cardápio e ajuda na produção e nos atendimentos, sempre tomando todos os cuidados necessários para evitar a transmissão do novo coronavírus.

Enfrentando em família

O dono da lanchonete também conta que não esperava passar por uma experiência como a que está vivendo. “Apesar de tudo, esse momento está sendo muito bom para eu me aproximar do Samuel, para me dar liberdade para conversar mais coisas com ele, está sendo uma grande surpresa”, conta.

Ele começou a perceber a relação com o filho como um momento de respiro em meio ao sofrimento causado pela pandemia: “Essa situação me fez perceber muita coisa boa, que não é tudo tragédia. Esse menino me animou, os últimos meses foram um baque e ele me deu uma injeção de ânimo”.


Exemplo

A atitude de Samuel já serviu de exemplo dentro de casa. A irmã mais nova do menino não tem ido à loja para respeitar a quarentena e não arriscar a saúde, mas, nas poucas vezes em que esteve por lá, mostrou que aprendeu direitinho.

“Se você ver ela atendendo no balcão, você não acredita. Ela dá um show!”, conta Marlúcio, que faz questão de preservar ao máximo a saúde e a integridade da família: “A vida está essa loucura aí, então, para os meninos, é uma forma de distração mesmo”.

E para quem quiser conhecer e apoiar o trabalho da família de perto, graças ao Samuel, o “Açaí do Careca” vai passar a fazer entregas pelo Ifood em breve, após alguns ajustes finais. A lanchonete também funciona todos os dias, das 7h às 19h, na rua dos Tupinambás, 1031 – Centro.


FONTEBHAZ
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