Cabo bêbado saca revólver em briga de trânsito e é morto por PM armado

Testemunhas contam que cabo avançou o semáforo, discutiu com o soldado que seguia em um caminhão de mudança e atravessou seu carro na frente do outro veículo

Após ser submetido a uma cirurgia de emergência, cabo da PM foi transferido para o Hospital João XXIII no helicóptero da corporação; ele não resistiu. Foto: Reprodução/WhatsApp

Uma briga de trânsito envolvendo um cabo e um soldado da Polícia Militar, ambos em horário de folga e à paisana, terminou em tragédia nesse domingo (31) em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os dois policiais sacaram suas armas de fogo durante a discussão, o soldado pediu que o cabo abaixasse o revólver e diante da recusa efetuou sucessivos disparos contra o outro.

O militar ferido, 33, foi socorrido para o Hospital Municipal 25 de Maio onde passou por cirurgia, e no começo da noite o helicóptero Pegasus da PM o transferiu para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Entretanto, ele não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu na noite de domingo. A corregedoria da Polícia Militar acompanha a ocorrência, e o soldado de 27 anos responsável pelos disparos está sob custódia na sede de uma das companhias.

Briga de trânsito

Enquanto o cabo era submetido a um procedimento cirúrgico de emergência, o soldado contou à polícia que viajava como passageiro em um caminhão de mudança onde, além dele, estavam também o sogro, o motorista e o filho deste – uma criança de apenas 5 anos. Em certa parte do trajeto, próximo à avenida Getúlio Vargas no centro de Esmeraldas, o cabo da PM avançou um sinal vermelho e por pouco não bateu no caminhão. O motorista, então, teria buzinado para o militar que dirigia um carro da marca Renault.

Logo em seguida, o cabo seguiu o caminhão, realizou uma ultrapassagem pela faixa da direita e atravessou seu próprio carro na pista impedindo a passagem do outro. A versão contada pelo soldado é muito semelhante à relatada pela namorada do cabo da polícia, que também estava no carro no momento da briga de trânsito. Ela conta ainda que seu companheiro desembarcou do carro armado, assim como o soldado que desceu do caminhão com revólver em punho. De acordo com a mulher, o soldado chegou a pedir que seu namorado largasse a arma antes de efetuar os disparos.


O soldado declarou à PM que não sabe quantos tiros deu no outro. Médicos que prestaram o primeiro atendimento ainda em Esmeraldas apontam que o cabo foi atingido nos braços, no tórax e no abdômen. Um sargento que patrulhava a região na hora da discussão contou ter presenciado o momento em que o caminhão atravessou o sinal verde e quase foi atingido pelo Renault que avançou a parada obrigatória imposta pelo semáforo. Ele declarou que o caminhão seguiu em frente, mas o outro começou a persegui-lo.

Militar bêbado

Ainda na noite desse domingo, a namorada do militar atingido contou que a briga de trânsito aconteceu minutos depois deles terem saído de uma confraternização iniciada no sábado no sítio de um amigo. Após deixarem a festa, seguiram com destino a Betim, também na região metropolitana de Belo Horizonte. Alguns minutos depois de ter entrado no carro, seu companheiro pediu a ela que assumisse a direção pois já havia bebido muito na comemoração. Entretanto, ela não conseguiu controlar a embreagem do carro em uma rua íngreme e, por isso, o namorado decidiu reassumir a direção e apesar dos apelos dela, não deixou que ela pilotasse.

Ela relatou que o namorado avançou, sim, o semáforo e por pouco não colidiu com o caminhão. De acordo com a mulher, o cabo e os ocupantes do caminhão começaram uma discussão após a quase batida, e seu companheiro teria decidido seguir o outro. Em dado ponto da perseguição, o homem de 33 anos ainda desceu do carro para procurar a mochila onde a arma de fogo estava guardada e a posicionou entre as pernas enquanto dirigia atrás do motorista do caminhão.


A mulher conta que pediu para o namorado esquecer a confusão e ir embora, mas ele não aceitou. Quando o cabo parou o carro e desembarcou, ela ainda pediu que o soldado não atirasse pois seu companheiro estava bêbado. Após se recusar a abaixar a arma, o cabo acabou atingido pelos disparos. A ocorrência é acompanhada de perto pela corregedoria da Polícia Militar, que recolheu as duas armas usadas no crime ainda na noite de domingo. Ambas pertencem à corporação e apenas estavam sob custódia dos dois agentes na hora da briga.

FONTEO Tempo
COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA