‘Confiaram o maior sonho deles a mim’, diz mulher que deu à luz o filho da cunhada após barriga solidária em Minas Gerais

Aline Mor, de 25 anos, se ofereceu para gerar o bebê após ver a cunhada perder duas gestações e fazer vários tratamentos sem sucesso. Com 38 semanas, Guilherme Matos Machado nasceu com 3,3 kg, em Itabira.

“Foi um parto tranquilo e emocionante do início ao fim. Confiaram o maior sonho deles a mim. Tudo valeu a pena”, disse Aline Lopes Monte Mor, de 25 anos, após o nascimento de Guilherme Matos Machado, fruto de barriga solidária, em Itabira, na Região Central de Minas. A motorista gerou o filho do irmão, Marcelo Machado, 39, e da cunhada, Rafaela Nascimento, 38.

Aline se ofereceu para carregar este sonho após ver a cunhada perder duas gestações e fazer vários tratamentos sem sucesso. Rafaela congelou os embriões em uma clínica, em São Paulo, e Aline foi até lá para fazer todo o procedimento. Depois de muita expectativa da família, ela engravidou.

Com 38 semanas de gestação, Guilherme nasceu de parto cesariano, com 3,3 kg, no dia 7 de outubro, no Hospital Nossa Senhora das Dores. Durante o parto, Rafaela ficou dentro da sala e foi ela a primeira a ter o contato físico com o pequeno Guilherme.




“Foi uma emoção tão grande ver o rostinho dele. Batalhamos tanto. Ficamos 3 anos tentando e deu tudo certo. Ele é muito bonzinho. Aline foi incrível. Tenho muito o que agradecer a ela”, disse a mãe.

Por causa da pandemia de Covid-19, Aline passou pelo período de gestação em isolamento, na zona rural de Itabira, enquanto Marcelo e Rafaela ficaram na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, onde moram.




“Nos dias de consultas, a ansiedade era grande porque não estávamos ali ao vivo, mas Aline mostrava vídeos do ultrassom e isso já nos fazia sentir mais perto. Queria ter participado mais, mas entendemos que o momento pediu este afastamento. O importante é que o nosso filho nasceu com muita saúde”, disse o pai.

Assim que a família recebeu alta, Aline se despediu do sobrinho e apresentou o primo para as filhas, Elis, 9 anos, e Esther, de 5. Depois, Guilherme seguiu com os pais para a cidade de Coronel Fabriciano, também em Minas Gerais, onde ficarão na casa da avó, mãe da Rafaela, nos próximos dias.




Aline, que continuou em Itabira, vai acompanhar o desenvolvimento do bebê de longe, feliz por ser parte desta conquista.

“Fiquei bem emocionada no nascimento e, também, na despedida, não tem como ser diferente. Até hoje fico emocionada ao falar. Quero agradecer por terem acreditado em mim. Amo o meu irmão e faria tudo novamente”, contou Aline.




Marcelo Machado também se emociona ao falar da irmã.

“Não há impossível e o que estou sentindo não tem explicação. Não tem nada que eu faça que possa agradecer pelo carinho da Aline nesse tempo todo. Não consigo retribuir este gesto tão grande, tão bonito. Gesto que uniu mais a família. O sentimento já era grande e aumentou ainda mais. É uma história muito bonita e só desejo amor para minha irmã”, disse Machado.

Barriga solidária no Brasil




De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de número 2.168, de 2017, a paciente que será barriga solidária deve pertencer à família de um dos parceiros, em parentesco consanguíneo até o quarto grau (mãe, filha, avó, irmã, tia, sobrinha ou prima).

Segundo o CFM, o procedimento é ético desde que não haja transação comercial ou lucrativa. Mesmo com grau de parentesco, Aline disse que o irmão e a cunhada contrataram um advogado para os trâmites legais. “Eles resolveram tudo, eu fiz questão de assinar um documento no qual assumo que o bebê não é meu filho”, explicou.


FONTEG1
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